Diante do racha que rebentou no PSB paraibano entre grupos liderados pelo ex-governador Ricardo Coutinho e pelo governador João Azevêdo, o Partido dos Trabalhadores no Estado tomou posição de alinhamento com o atual chefe do Executivo. Nota divulgada por Jackson Macêdo, presidente do diretório estadual petista, anuncia a permanência da legenda na gestão Azevêdo, por entender que o governante, juntamente com outros governadores do Nordeste, está sintonizado com os anseios petistas. A nota ressalta que o PT é parte do governo que ajudou a eleger. Um dos expoentes da legenda com cargo de secretaria no governo Azevêdo é o ex-deputado federal Luiz Couto, que não conseguiu vitoriar na disputa pelo Senado nas eleições do ano passado.
Dentro do PSB, enquanto isso, amplia-se a debandada de filiados, em paralelo com o isolamento do ex-governador Ricardo Coutinho, que pugnou pela dissolução do diretório regional presidido pelo secretário de Governo Edvaldo Rosas. Os presidentes dos diretórios de Bayeux, Santa Rita e Cabedelo Jefferson Kita, João Batista Júnior e Sales Dantas colocaram seus cargos à disposição da comissão provisória que tem Ricardo Coutinho como presidente. Eles afirmaram não concordar com o processo de dissolução da direção estadual. Salientam que é doloroso o processo vivido pelo PSB e condenam a forma ditatorial e antidemocrática com que ele foi conduzido, gerando a interrupção abrupta da presidência de Edvaldo Rosas, eleita democraticamente. Sales Dantas alertou que as lideranças estão temerosas com a instabilidade do PSB na Paraíba e, junto com os outros dirigentes municipais, pede respeito a Edvaldo Rosas, pelo legado de lealdade, trabalho e vitórias que construiu ao longo dos anos.
Num levantamento feito até as últimas horas de ontem, dos oito deputados estaduais do PSB quatro se posicionaram a favor de João Azevêdo, dois estão indecisos e apenas dois ficaram com Ricardo. Dos 58 prefeitos, pelo menos 40 já teriam hipotecado solidariedade a João, e dos quatro vereadores do partido na Capital, dois Léo Bezerra e Tibério Limeira assinaram nota comprometendo-se com a liderança do atual governador. O senador Veneziano Vital do Rêgo deixou claro que não tem interesse em compor a comissão provisória que foi instituída com a destituição de Rosas. O líder do governo na Assembleia Legislativa, Ricardo Barbosa, que chamou de desagregadoras as deputadas Cida Ramos e Estelizabel Bezerra, prognosticou debandada em massa do PSB se o partido não rever a dissolução do diretório. O partido irá encolher muito. Está sangrando e quem protagonizou isso terá que ser responsabilizado, admoestou Ricardo Barbosa. O deputado federal Gervásio Maia mantém postura de alinhamento com a orientação do ex-governador Ricardo Coutinho.
Nonato Guedes