As deputadas Estelizabel Bezerra e Cida Ramos, do PSB, acusadas por integrantes do partido de terem provocado o racha entre o governador João Azevêdo e o ex-governador Ricardo Coutinho, minimizaram a extensão da crise interna, alegando que não há razões plausíveis para insatisfações e que ainda há espaço para diálogo, capaz de acomodar pretensões. Estelizabel, inclusive, criticou o teor da carta enviada pelo governador Azevêdo à Executiva Nacional do PSB: Achei de mau tom, mal escrita e com argumentos sem consistência. Dá para perceber que foi escrita por algumas mãos que querem a discórdia, salientou.
As duas deputadas voltaram a defender a sacramentação de Ricardo Coutinho como presidente do diretório estadual do PSB, justificando que ele é o grande líder do partido. Cida Ramos chegou a considerar bullyng a insinuação que lhe foi feita pelo deputado Ricardo Barbosa, líder do governo, de que seria uma desagregadora nas hostes socialistas. A minha trajetória de vida não comporta esse tipo de comportamento. O que há é fraqueza de quem insinua isso, rebateu. Cida Ramos considerou deplorável a postura assumida por Ricardo Barbosa, que faz a política pequena e promove, realmente, a desagregação.
Cida Ramos e Estelizabel Bezerra garantem que são governistas e que se manterão na base de apoio ao governador João Azevêdo, sugerindo que ele contorne brigas políticas e procure focar no encaminhamento à Assembleia de matérias de interesse público. Cida contou ter manifestado diretamente ao governador o ponto de vista de que o secretário de Governo, Edvaldo Rosas, não deveria acumular a pasta com a direção do partido. Além do mais, teria pontuado a Azevêdo que a conjuntura atual reclama na presidência do partido alguém experiente, para fortalecer o PSB.
A deputada Pollyanna Dutra, também do PSB, na linha oposta ao pensamento externado por Cida e Estelizabel, frisou que a crise no Partido Socialista da Paraíba é clara e verdadeira. De acordo com Pollyanna, o partido precisa rever seus princípios e posicionamentos. É claro que tem crise, ainda mais depois de se dissolver um diretório que havia sido eleito democraticamente. O partido tem que fazer uma autocrítica e uma avaliação sobre todos os pontos que envolvem as divergências, sugeriu a deputada. De sua parte, a deputada Camila Toscano, do PSDB, ironizou a perspectiva de alinhamento de Cida Ramos e Estelizabel com a bancada de oposição. Seria uma possibilidade difícil, pela incoerência de pensamentos entre elas, alfinetou Camila Toscano.
Nonato Guedes