Falando a emissoras de rádio do interior do Estado, o ex-governador Ricardo Coutinho, atual presidente da Comissão Provisória estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB) enfatizou que está aberto a um diálogo com o governador João Azevêdo sobre os problemas enfrentados na agremiação, com a dissolução do diretório regional, que foi considerada autoritária pelo grupo ligado ao atual gestor. Coutinho deixou claro que o diálogo depende de uma iniciativa do próprio governador, a quem manifestou respeito, até pela condição de companheiros de partido.
O ex-governador pontuou que, numa conversa com o sucessor, estará pronto para ouvir seus pontos de vista e ponderações em torno do impasse reinante nas hostes socialistas, mas também estarei pronto para dizer a verdade. Ricardo Coutinho ressaltou que seu dever, como expoente da agremiação socialista na Paraíba, que atuou no processo de expansão da legenda, é o de continuar contribuindo para o fortalecimento do PSB e o prestigiamento dos líderes que nele desejam permanecer. Ele voltou a externar o ponto de vista de que não há razão para uma debandada em massa nas fileiras do PSB, tal como tem sido apregoado por alguns integrantes do partido.
Considera que há dúvidas a serem dirimidas e pendências a serem equacionadas, o que atribuiu a mal-entendidos e a ações de grupos e pessoas com interesse em fomentar o divisionismo e até o esfacelamento do partido na Paraíba. Ricardo Coutinho deixou claro que continua comprometido com a essência do projeto socialista de poder, que teria tido avanços significativos durante os dois governos que empalmou no Estado. Para ele, o interesse público deve continuar prevalecendo acima das idiossincrasias pessoais. E arrematou: No que depender de mim, não serei empecilho; muito pelo contrário, estou me colocando à disposição para levar adiante modelos e experiências que tiveram resultado positivo na Paraíba na sua história recente.
A situação dentro do PSB paraibano continua indefinida e sem dar sinais de trégua. Ontem, o deputado Ricardo Barbosa, que é líder do governo João Azevêdo na Assembleia Legislativa, chegou a atribuir as reações do ex-governador Ricardo Coutinho à ociosidade de tempo de que ele dispõe desde que deixou o Palácio da Redenção no dia 31 de dezembro de 2018. Agora ele está com tempo ocioso e fica falando besteira por aí, desdenhou Ricardo Barbosa, asseverando que em nenhum momento houve intransigência da parte do governador João Azevêdo e dos seus aliados mais próximos.
Nonato Guedes