Apesar de manter de pé a decisão de pedir a retirada do seu nome da Comissão Provisória do Partido Socialista Brasileiro, instalada na Paraíba pela Executiva Nacional e registrada junto ao Tribunal Regional Eleitoral, o senador Veneziano Vital do Rêgo não pretende deixar os quadros do PSB e anunciou que pretende trabalhar para restaurar a unidade interna, abalada com as divergências entre os grupos do governador João Azevêdo e do ex-governador Ricardo Coutinho, tendo como pano de fundo o controle da legenda. Em entrevista ao Correio Debate, da rádio 98 FM, Veneziano comentou, acerca da sua exclusão da Comissão Provisória: Se há essa necessidade, faremos, sem nenhum problema.
Revela, porém, que a preocupação maior que o move é a de continuar lutando, ponderando, tentando estimular a volta de uma relação entre amigos e de pessoas que se confiam. Ele acrescentou: Sou integrante de um partido e vou continuar lutando para que ele se mantenha sólido. O parlamentar migrou do PMDB (atual MDB) para o PSB depois de uma longa trajetória naquela agremiação, período em que ascendeu por duas vezes à prefeitura de Campina Grande e elegeu-se deputado federal. Deixou o (P)MDB por não ter tido espaços para concorrer a cargos majoritários estaduais, como os de governador e senador.
Ele ingressou no PSB a convite do então governador Ricardo Coutinho, com a condição de ser valorizado na ocupação de espaços, o que se deu com o lançamento de sua candidatura ao Senado em 2018. O irmão de Veneziano, Antônio Vital do Rêgo, que atualmente é ministro do Tribunal de Contas da União, chegou a se candidatar a governador pelo PMDB em 2014, mas não conseguiu, sequer, passar para o segundo turno. A disputa consagrou a reeleição de Ricardo Coutinho ao governo, tendo como adversário maior o ex-senador Cássio Cunha Lima, do PSDB. Vitalzinho foi deputado estadual, deputado federal e senador, tendo exercido a presidência da Comissão Mista de Orçamento do Congresso e participado de outras comissões relevantes nas duas Casas Legislativas.
A propósito da Comissão Provisória do PSB, formada por Ricardo Coutinho após a dissolução do diretório regional que era presidido por Edvaldo Rosas, secretário de Governo de João Azevêdo, Veneziano assegurou não ter recebido convite para integrá-la. A Comissão Provisória teve pleno aval do presidente nacional Carlos Siqueira, que justificou a sua criação como decorrente do impasse verificado nas hostes socialistas paraibanas. Siqueira evitou usar o termo intervenção, preferindo qualificar a medida como autodissolução. Veneziano Vital do Rêgo salientou que não tem interesse em acirrar ânimos dentro da agremiação e que continuará colaborando para que a unidade seja restabelecida para que haja o fortalecimento da agremiação.
Nonato Guedes