Pessoalmente, o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, torce por uma reconciliação nas hostes do PSB entre o ex-governador Ricardo Coutinho e o governador João Azevêdo, que têm trocado farpas nas últimas semanas, em entrevistas e alocuções públicas durante eventos na Capital e em cidades do interior da Paraíba. Galdino pondera, entretanto, que é realista e avalia que a recomposição entre os grupos dos dois líderes socialistas só será possível se o ex-governador Ricardo Coutinho fizer um mea culpa e assumir erros cometidos no processo que levou à destituição de Edvaldo Rosas da presidência estadual, bem como à dissolução do diretório socialista.
Numa das manifestações feitas nos últimos dias, o governador João Azevêdo salientou que não teria nenhuma dificuldade a opor à pretensão do antecessor Ricardo Coutinho de assumir o comando da agremiação estadual. O ponto de divergência que externei foi com relação à forma antidemocrática, autoritária, até mesmo golpista, com que o diretório foi dissolvido e o dirigente destituído. Até porque no caso de Edvaldo Rosas, que era presidente do PSB paraibano, ele teve por muito tempo a chancela do ex-governador, desabafou João Azevêdo. O deputado Adriano Galdino opina que o desfecho do imbróglio está diretamente nas mãos de João Azevêdo e de Ricardo Coutinho, se houver margem de manobra para uma reconciliação, depois de ofensas trocadas.
O presidente da Assembleia voltou a negar que tenha qualquer mágoa pessoal do ex-chefe do Executivo paraibano. Repito que ele tem todo o direito de fazer suas análises ou conjecturas. Eu estou totalmente tranquilo em relação a quaisquer observações. O meu relacionamento com o ex-governador Ricardo Coutinho tem se pautado pela convivência respeitosa ele respeita o meu limite e eu respeito o dele. Considero que ele foi importante em alguns momentos da minha caminhada, da mesma forma como interpreto que também o ajudei bastante, expressou o presidente Adriano Galdino. Ele não faz qualquer objeção à ocupação da presidência do partido por Ricardo. Acho até pequeno esse cargo para ele, diante da dimensão política e administrativa que tem. O que não concordamos é com a maneira, com o método que ele utilizou para provocar mudanças no âmbito do Partido Socialista, finalizou Adriano Galdino.
Apurou-se nas últimas horas que pelo menos três mulheres estão na linha de frente da defesa intransigente de Ricardo Coutinho na queda-de-braço que ele trava com o esquema do governador João Azevêdo para se efetivar na presidência do Partido Socialista Brasileiro, seção paraibana. São elas: as deputadas Estelizabel Bezerra, Cida Ramos e a vereadora Sandra Marrocos, todas filiadas ao PSB. Estelizabel foi lançada candidata a prefeita de João Pessoa por Ricardo em 2010, mas foi derrotada por Luciano Cartaxo (PV). Já Cida Ramos candidatou-se a prefeita, também com o aval de Coutinho, em 2016, e igualmente foi vencida por Luciano, reeleito para o posto. Ambas mobilizaram-se, então, para concorrer a vagas na Assembleia Legislativa e saíram-se vitoriosas.
Nonato Guedes