O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino (PSB), não está preocupado com a crise no partido, que opõe os grupos do ex-governador Ricardo Coutinho e do governador João Azevêdo. Estou preocupado é com a governabilidade da gestão de João Azevêdo. Assim como ajudei Ricardo Coutinho lá atrás, com a governabilidade, quando fui presidente desta Casa, farei agora com o atual governo porque a Paraíba precisa avançar, enfatizou o dirigente da ALPB. Ontem, o deputado estadual Chió (Rede) disse que a briga interna do PSB acabou com a oposição no Legislativo. Sabem o que estou vendo? A oposição morreu aqui. Acabou o discurso e a Paraíba só se pauta por essa briga, desabafou, no que foi contestado pelo líder da oposição, Raniery Paulino (MDB), que aassegurou que a bancada oposicionista está mais fortalecida porque ganhou reforço dos próprios delatores do chamado projeto socialista implantado no Estado.
Adriano Galdino, em conversa com jornalistas, frisou que não desconhece a grande liderança que Ricardo Coutinho representa, muito menos realizações importantes do seu período de oito anos de governo. Mas ele não é onipotente, onipresente ou onisciente. É um cidadão que tem um apoio político muito grande. Só que, para chegar onde chegou, precisou de amigos, de pessoas que contribuíram com sua caminhada, salientou o presidente da ALPB. Galdino repercutiu, ainda, declarações feitas por Ricardo de que elegeu deputados nos quadros do PSB e, como contrapartida, colecionou ingratidão. Sem a ajuda dos amigos, dos companheiros, ele não conseguiria, com toda a certeza, as vitórias que teve, expressou.
Um dos exemplos de figura importante na vitória de Ricardo, na eleição de 2014, mencionado por Adriano Galdino, foi o do deputado Hervázio Bezerra, ex-líder de Coutinho. O deputado Hervázio foi fundamental para que Ricardo tivesse o apoio do MDB e do senador José Maranhão no segundo turno de 2014. Hervázio fez a ponte entre os dois e isso foi fundamental para a vitória naquela eleição, da mesma forma como foi o articulador para que José Maranhão mantivesse a candidatura na eleição de 2018, informou Adriano. Em 2014, o então PMDB lançou, no primeiro turno, a candidatura de Vital do Rêgo, que era senador, ao Palácio da Redenção (atualmente, Vital é ministro do Tribunal de Contas da União). Vital teve boa votação mas não logrou passar para o segundo turno, que acabou sendo travado entre Ricardo e o ex-governador Cássio Cunha Lima, do PSDB, com a vitória de Coutinho. Em 2018, Maranhão decidiu concorrer, mais uma vez, à chefia do Executivo e começou a campanha na liderança de pesquisas de intenção de voto, mas ficou pelo meio do caminho e João Azevêdo saiu vitorioso em primeiro turno, ficando Lucélio Cartaxo (PV) em segundo lugar na contagem final dos votos.
O racha nas hostes do PSB continua dividindo atenções e pautando entrevistas e discursos de parlamentares na Assembleia Legislativa. Repórteres políticos que fazem a cobertura das atividades legislativas constatam que em função da crise nas hostes socialistas os debates acalorados entre situação e oposição diminuíram de intensidade na Casa, o que é atribuído à indefinição sobre o controle do PSB. Ao analisar um requerimento do deputado Tovar Correia Lima, para a convocação da secretária de Desenvolvimento Humano, Gilvaneide Nunes, ligada à deputada Cida Ramos, a bancada da situação nem se pronunciou. O requerimento passou com folga.
Nonato Guedes