Surpreendendo os meios políticos, o vice-prefeito do município do Conde, no Litoral Sul, Temístocles Filho (Patriota) foi, ontem, à Câmara Municipal entregar uma carta renúncia. Alegou como pontos decisivos para o gesto a perseguição política à sua vida pessoal e profissional por parte da prefeita Márcia Lucena, do PSB. Na carta, Temístocles informou que renunciou para se ver livre de perseguições “politiqueiras, ultrapassadas, dos ataques, xingamentos e tentativas de difamação à honra e à moral”, dele e da sua família. A prefeitura apresentou outra versão para a atitude.
Em nota oficial, a prefeitura do Conde atribuiu a renúncia do vice-prefeito ao fato de ele ter sido flagrado pelo Tribunal de Contas do Estado cometendo acumulação de cargo público, o que é vedado por lei. A prefeitura refutou, ainda, o que chamou de acusações descabidas formuladas contra os integrantes da equipe gestora e lamentou o desfecho “decepcionante” da “curta trajetória política de um cidadão que se acovardou”. Temístocles narrou que após se afastar da gestão municipal em 2017, por não concordar com práticas administrativas adotadas, chegou a ser afastado dos quadros de médicos do hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, onde atuava há mais de dois anos, antes de ser candidato.
– Quando fui eleito, acreditei que essa forma de politicagem retrógrada, atrasada e barata, baseada em xingamentos e perseguições, na utilização do poder como forma de promover a pior face da politicagem não é correta e não me restou outra alternativa senão renunciar ao cargo que me foi concedido democraticamente pelo povo do Conde – expressou ele. O vice-prefeito salientou, ainda, que logo após a posse constatou que tudo que havia sido prometido ao povo durante a campanha eleitoral não passou de discurso ilusório. E adiantou que após nove meses de gestão, deliberou não fazer parte do projeto de poder que estava sendo implementado na cidade.
Textualmente, Temístocles revelou: “Atacaram a minha honra, minha moral e minha vida profissional. Fui atacado de forma irresponsável, desequilibrada e truculenta através de nota veiculada na imprensa e atribuída à prefeita. Portanto, nesse clima de coronelismo moderno instalado no Conde, eu não tinha condições de permanecer vinculado à administração municipal”. Com a renúncia formalizada pelo médico Temístocles Filho, o primeiro na linha de sucessão constitucional passa a ser o presidente da Câmara Municipal.