A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cabedelo decidiu declarar a perda do mandato parlamentar do vereador José Eudes Santos de Souza, do PTB, eleito na disputa de 2016 pela coligação “A Força das Novas Ideias II”, composta pelo DEM, PSB, PTB e PSDC. A alegação para a cassação foi o excesso de faltas injustificadas às sessões deliberativas da Casa no exercício de 2017, o que é tido como infração disciplinar nos termos do artigo 37, inciso II, parágrafo terceiro, da Lei Orgânica do município. A decisão foi tomada por três votos e duas abstenções e, por meio de resolução, a Mesa declarou a vacância do cargo de vereador, comunicando o fato à Justiça Eleitoral e já tendo efetuado a convocação do primeiro suplente da coligação, Beneval Severo dos Santos, o “Beninha”, do Democratas, que obteve 408 votos.
Além da presidente da Casa, Graça Resende, votaram pela cassação de Eudes os vereadores Divino Felizardo, do PRP, e José Pereira, do PSDB. Já os vereadores Valdir Tartaruga e Benone Bernardo, ambos do PRP, se averbaram suspeitos e não participaram do julgamento. Após a cassação, Eudes, que foi eleito com 600 sufrágios, declarou que vai recorrer da decisão na Justiça e comentou que a decretação da perda do seu mandato foi uma medida retaliatória, pela sua atuação e pelas denúncias formuladas contra esquema de corrupção na prefeitura de Cabedelo. “Tudo isso é resultado de perseguição política, porque fiscalizei e fiscalizo os desmandos na prefeitura e na Câmara Municipal”, frisou.
Eudes foi candidato a prefeito de Cabedelo nas eleições suplementares, que deram a vitória ao atual prefeito Vítor Hugo Castelliano. O vereador cassado desabafou que a Operação Xeque-Mate, empreendida pelo Gaeco e Ministério Público em Cabedelo e que resultou em prisões como ado ex-prefeito Wellington Viana, “não conseguiu afastar todos os corruptos da administração municipal”. Para ele, “ainda há ramificações desse esquema na prefeitura e na Câmara, que é presidida pela sogra do ex-vereador Lucas Santino; inclusive, a esposa dele, Priscila Resende, é filha da presidente e ocupa o cargo de secretária da Mulher do município de Cabedelo”. De acordo com ele, os processos contra outros dez vereadores, afastados e processados por quebrade decoro parlamentar, nunca serão julgados, porque “há uma conivência e protecionismo político com relação a eles”.