O Ministério Público Federal pediu à Justiça que conceda prisão domiciliar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os procuradores da Lava Jato, entre os quais Deltan Dallagnol, afirmam: “O cumprimento da pena privativa de liberdade tem como pressuposto a sua execução de forma progressiva”. Lula já teria cumprido um sexto dela e, portanto, já poderia cumprir a condenação em regime semiaberto. O ex-presidente está recolhido a uma sala na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Paraná, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Além de Deltan Dallagnol, assinam o documento endereçado ao Supremo Tribunal Federal os procuradores Roberto Pozzobon e Laura Tessler. De acordo com eles, Lula tem bom comportamento no cárcere e, portanto, é necessária a progressão do regime. O pedido é para que o ministro Edson Fachin seja comunicado do pedido no âmbito do habeas corpus, que trata da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, na atuação dos processos em que o ex-mandatário está envolvido.
Para o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-deputado federal Wadih Damous, tudo não passa de um jogo de retórica da equipe comandada por Deltan Dallagnol. Para Damous, depois que os procuradores foram expostos pelas mensagens reveladas pelo The Intercept, eles agora querem passar a impressão de que tudo transcorreu dentro da normalidade, numa referência ao processo contra Lula. “Agora a organização criminosa Lava Jato defende a progressão de regime para o presidente Lula. A desfaçatez dessa Turma não tem limites. Querem, depois da revelação dos seus crimes, aparentar isenção. Lula não vai morder a isca. Os processos têm que ser anulados”, escreveu o ex-deputado em sua conta no Twitter.
Deltan Dallagnol, Laura Tessler e Roberto Pozzobon pedem que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, seja comunicado sobre habeas corpus que trata da suspeição do ministro Sergio Moro sobre atuação dos processos em que o ex-presidente está envolvido.