O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB-PB), estarrecido com a informação de que mais de 80 pessoas morrem por mês vítimas de violência no trânsito apenas na Paraíba, está propondo, uma década depois de implantada a Lei Seca no país, que se faça avançar um conjunto inteiramente novo de medidas destinadas a salvar mais vidas e a garantir a paz nas ruas e rodovias do Estado e do Brasil. “É fato que mesmo com a Lei, sobre a qual trabalhei intensamente para tornar mais rigorosa, reduzindo em dez anos em cerca de 14% as estatísticas de mortes, o balanço segue extremamente grave”, adverte o parlamentar, em artigo publicado na edição de hoje do jornal “Correio da Paraíba”.
Para Ruy, o levantamento apresentado esta semana é ainda mais chocante “se levarmos em consideração que as causas de todas essas mortes, tão ou mais numerosas que diversas guerras mundo afora, são inteiramente evitáveis”. Observa que a grande maioria dessas vidas foi perdida em função da velocidade acima do permitido, desatenção e consumo de álcool. “Portanto, não podemos nos acomodar diante de tudo o que já conquistamos graças à Lei Seca, às fiscalizações, aos controles de velocidade e às campanhas anuais de prevenção. É preciso ir além porque é possível reduzir dramaticamente todos esses números”, acrescenta.
O deputado assevera que, na Câmara, se dedica a tornar a legislação mais rígida, com um conjunto de medidas destinadas a ampliar as punições previstas contra os motoristas infratores. Uma dessas medidas foi permitir que os agentes de trânsito pudessem identificar delitos, a exemplo do consumo de bebidas alcoólicas, sem o uso do bafômetro. Ruy diz que já ficou constatado que há uma epidemia de acidentes por falta de fiscalização nos grandes centros urbanos e também nas cidades do interior, onde os jovens continuam a arriscar suas vidas sem capacetes, sem cinto de segurança, com velocidade acima do permitido. O resultado, “além das mortes e da multidão de jovens com sequelas (foram 300 mil no Brasil em 2017) é o elevado custo que a sociedade como um todo tem por causa da violência no trânsito. Custos com as ausências no trabalho, com tratamentos caros e procedimentos hospitalares complexos, que já superam os R$ 60 bilhões por ano”.
Em razão disso, Ruy Carneiro afirma estar convencido de que a sociedade precisa se mobilizar para estabelecer multas maiores, instalar mais radares e controles diversos. “A paz no trânsito tem um custo e este precisa ser pago pelos infratores, que devem financiar, com as multas que pagam, os mecanismos de fiscalização e controle, a exemplo das blitzes. A Paraíba e o Brasil só têm a ganhar. A paz no trânsito é acima de tudo uma luta em favor da vida”, conclui o deputado do PSDB.
Nonato Guedes