O livro “Nada Menos que Tudo”, biografia do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, assinada pelos jornalistas Guilherme Evelin e Jailton de Carvalho, narrando os bastidores da Operação Lava Jato, que ele chefiou em Brasília, continua causando grande impacto e repercussão à medida que são divulgados trechos em redes sociais e, principalmente, em grupos de WhatsApp. Entre os assuntos constantes do enredo de 255 páginas, figuram episódios que antecederam a eleição e a reeleição de Rodrigo Janot para o cargo máximo do MPF. Dois senadores paraibanos são mencionados em relatos que Janot vocalizou.
Na primeira delas, Janot narra a “boa conversa” que manteve com o então presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o então peemedebista Vital do Rêgo, em 2013. Vital, atualmente, é ministro do Tribunal de Contas da União e está inteiramente afastado de atividades políticas, tendo sido substituído no Senado pelo irmão Veneziano Vital do Rêgo, que é filiado ao PSB. Ao ser indicado pelo presidente da República, a CCJ constitui o primeiro teste para o novo Procurador-Geral da República, antes de ter seu nome levado ao plenário do Senado. De acordo com Janot, Vital do Rêgo o incentivou a dialogar com grupos de senadores para evitar resistências à indicação do seu nome à PGR.
Depois dessa conversa, Vital teria passado a fazer costuras internas no Senado para atenuar resistências. “Ele me sugeriu, também, que procurasse alguns senadores para desarmar espíritos contra minha indicação. Por sugestão sua, conversei com alguns grupos de parlamentares”, confirmou Vital do Rêgo. Já o senador José Maranhão(MDB) teria exercido papel de destaque quando Janot foi indicado ao cargo pela segunda vez em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff. Maranhão cumpriu esse papel quando comandava a Comissão de Constituição e Justiça. O ex-procurador também cita paraibanos que apareceram nas investigações da Lava Jato como o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) e o ex-senador Cássio Cunha Lima, do PSDB. Os nomes deles apareceram quando Janot descreve os bastidores das denúncias que ele apresentou contra políticos com foro privilegiado.