O governador João Azevêdo contempla, perplexo, segundo fontes que lhe são próximas, o “desmanche” que vem se operando nas hostes do Partido Socialista Brasileiro na Paraíba, processo que foi reforçado, ontem, com a renúncia coletiva de integrantes do diretório municipal em João Pessoa. Falando a jornalistas, hoje, Azevêdo atribuiu a renúncia no diretório pessoense a uma consequência da dissolução da Executiva estadual, com a destituição de Edvaldo Rosas da presidência, em manobra atribuída ao grupo do ex-governador Ricardo Coutinho, que passou a presidir a comissão provisória estadual socialista.
“Isso tudo é consequência exatamente da decisão que foi tomada anteriormente. Acho que a forma como foi feita a dissolução do diretório estadual está gerando agora essa questão”, frisou o chefe do Executivo, advertindo que decisões tomadas, na política, inevitavelmente provocam consequências, às vezes até imprevisíveis em relação a expectativas existentes. Ao reafirmar críticas à dissolução do diretório regional, Azevêdo enfatizou o prisma equivocado da medida. “As pessoas estão saindo porque não concordaram com a forma autoritária, com a forma antidemocrática com que se deu a dissolução do diretório, sem que houvesse um mínimo de diálogo ou de conversa”, acrescentou João Azevêdo.
No ponto de vista do governador, o PSB vai ter que encontrar uma saída para o impasse que está se agravando cada vez mais, com defecções em série. Mas Azevêdo deixou claro que a formulação de alternativas para o “imbróglio” caberá aos que fomentaram os problemas e a atmosfera de divergência interna. Acerca das assinaturas do deputado Rubens (Buba) Germano e da secretária Emília Correia na lista que dissolveu a Executiva estadual presidida por Edvaldo Rosas, atual secretário de Governo, João classificou de posições individuais “que eu respeito e não tenho nenhum tipo de problema em relação a isso”. Ele voltou a lembrar, apenas, que todas as decisões têm consequências, principalmente na esfera política. A reportagem apurou que Azevêdo está a um passo de ingressar no PSD, legenda que na Paraíba já foi do deputado federal Rômulo Gouveia (falecido), do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, e atualmente está sob liderança do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues. Mas Azevêdo não menciona legendas para onde possa migrar na sequência da radicalização dentro do PSB.
Nonato Guedes