A comissão provisória do Partido Socialista Brasileiro na Paraíba, presidida pelo ex-governador Ricardo Coutinho, contestou, em nota, as versões de que o ex-presidente Edvaldo Rosas, atual secretário de Governo do Estado, tenha atuado para estruturar a legenda em mais de 200 municípios. “Não passamos de trinta e duas comissões provisórias e de doze diretórios – uma discrepância de mais de 179 comissões e/ou diretórios nos 223 municípios da Paraíba”, assegura o texto do novo comando do PSB paraibano, acrescentando que não havia vida orgânica nem reuniões no âmbito da agremiação. Rosas foi destituído da presidência do diretório estadual do PSB, numa manobra comandada pelo grupo de Ricardo, com o aval do presidente nacional Carlos Siqueira, alegando-se como causa a renúncia de 51% dos seus membros, o que teria tornado acéfalo o agrupamento. Houve restrições, também, ao fato de Rosas acumular a direção do PSB com uma secretaria de Governo.
Ao divulgar dados diferentes do que vinha sendo noticiado, a comissão dirigida por Ricardo e da qual o governador João Azevêdo pediu desligamento, informou que os dados publicizados até então se contrapõem ao real crescimento político das representações partidárias que, em virtude da aprovação da gestão do PSB na Paraíba nos últimos dois anos (período 2011 a 2018) elegeu sob sua legenda um governador, um senador, um deputado federal, oito deputados estaduais, 52 prefeitos, 339 vereadores, além dos cinco deputados federais e 14 estaduais coligados, todos no último pleito”. Fica evidenciado, da parte de Ricardo, que ele se investiu no comando do partido com a missão de reestruturá-lo e preparar os candidatos para as eleições municipais que se aproximam. O primeiro passo, para tanto, foi o de tomar conhecimento da verdadeira condição organizativa em que a agremiação se encontrava.
O que foi constatado, de acordo com a comissão dirigida pelo ex-governador, é o oposto do que foi amplamente anunciado pela mídia. A direção promete: “Cuidaremos da reestruturação partidária, considerando o calendário eleitoral e a correlação de forças políticas estabelecidas no Estado”. E mais: “Seguiremos avançando com o projeto que mudou a Paraíba em suas ações estruturantes, como a democratização do orçamento público, a qualificação e interiorização das políticas públicas, como as de saúde, educação, segurança pública, assistência, as quais, “dentre muitas outras coisas”, consolidaram a participação popular. “Permaneceremos comprometidos com as diretrizes socialistas em defesa do estado democrático de direito e bem estar social, ampliando o conhecimento do território paraibano, fortalecendo as lideranças locais e retomando o caminho que dá sentido à radicalização democrática e à participação popular como processo de transformação política e de inclusão social”, pontua ainda.
Diante do que foi exposto, a comissão provisória estadual afirma que mão abrirá mão do compromisso com o PSB “e saberemos defendê-lo daqueles que se pautam em seus próprios interesses pessoais sem compromisso com a causa socialista e partidária. Seguiremos juntos com o governo que elegemos, somando esforços na defesa do projeto que construímos através de nossas bandeiras de lutas históricas, com a participação efetiva dos filiados que estiveram nas ruas garantindo a vitória e a continuidade das mudanças conquistadas e reafirmadas pelo povo paraibano”. Ricardo Coutinho justificou como natural a sua investidura na presidência da comissão estadual provisória do PSB, tendo em vista a sua condição de expoente da legenda há bastante tempo no Estado.
Nonato Guedes