Os petistas estão em festa com a concessão, pela prefeitura da capital da França, do título de Cidadão Honorário de Paris ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de prisão na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A indicação do nome de Lula para a premiação partiu do Conseil de Paris, espécie de Câmara de Vereadores e foi acatada como uma espécie de reconhecimento internacional à trajetória política de Lula, com ênfase nas preocupações com direitos humanos, justiça social e proteção do meio ambiente.
O Conseil levou em conta, também, o fato de que o ex-presidente teve a prisão decretada numa conjuntura em que era favorito para vencer as eleições presidenciais no Brasil. O documento alega ainda que o juiz que o julgou, Sergio Moro, virou ministro da Justiça do seu candidato concorrente, o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O órgão afirma que, através da figura do ex-presidente, “todos os defensores da democracia no Brasil são atacados” e, em face da luta constante da cidade de Paris pelos direitos humanos, expressa seu desejo em conceder a homenagem. Em comunicado, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, informou que levou em consideração para fazer a homenagem as ações de Lula em apoio aos desfavorecidos e o fato de o ex-presidente ter ajudado a tirar da extrema pobreza 30 milhões de brasileiros entre 2003 e 2011.
Na nota, a política francesa ressalta que esses são “valores guardados pela cidade de Paris e que colocaram o político em perigo pelo seu engajamento”. Acrescenta o texto: “Lula é conhecido por sua política proativa de combater a discriminação racial particularmente acentuada no Brasil”. O petista tem 73 anos de idade e lhe foi atribuída pena de oito anos e dez meses. Conforme determina a lei, o ex-presidente já cumpriu um sexto da pena e deve progredir para o regime semiaberto. Lula tem negado sistematicamente todas as acusações assacadas contra ele.
Por outro lado, a sexagésima primeira edição do prêmio Jabuti divulgou a lista dos dez livros indicados para cada uma das 19 categorias da principal premiação da literatura brasileira. Entre os finalistas está “A verdade vencerá”, de autoria do ex-presidente Lula da Silva e publicado pela Boitempo e El Viejo Topo. Com a indicação, Lula se junta ao ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso entre os ex-mandatários indicados ao prêmio. Na publicação, o ex-presidente concede uma longa entrevista, de mais de 100 páginas, à editora da Boitempo, Ivana Jinkins, e aos jornalistas Gilberto Maringoni, Maria Inês Nassif e Juca Kfouri. Além da conversa, há textos de Luis Fernando Veríssimo, Luis Felipe Miguel, Eric Nepomuceno, Rafael Valim e Camilo Vanucchi. “A verdade vencerá” foi lançado no Brasil em março de 2018, pouco antes de o TRF-4 expedir mandado de prisão ao ex-presidente e chegou a constar entre os mais vendidos.