Em declarações a jornalistas no final de semana, em meio a compromissos políticos em cidades do interior paraibano, o senador Veneziano Vital do Rêgo, do PSB, descartou a hipótese de se lançar candidato a prefeito de Campina Grande nas eleições do próximo ano, observando que o esquema político a que pertence tem “nomes extraordinários” para competir à sucessão do atual prefeito Romero Rodrigues (PSD), ligado ao grupo Cunha Lima, e que está no exercício do segundo mandato na Rainha da Borborema. Veneziano governou Campina Grande em duas oportunidades, tendo sido eleito em 2004 e reeleito em 2008, quando era filiado aos quadros do PMDB (atual MDB).
“Eu confesso que não me vejo na necessidade de ser candidato, até porque tempos excelentes companheiros. O fundamental é que possamos apresentar a Campina Grande um projeto diferenciado daquilo que estamos a observar” – acrescentou Veneziano, fazendo restrições pontuais a lacunas que estariam sendo cometidas no período de governo de Romero Rodrigues. O senador não negou que ainda tem a intenção de governar novamente o município, mas que 2020 não seria o momento ideal. Expressou que se sentiu profundamente honrado com a oportunidade de administrar a segunda maior cidade do Estado por oito anos. “Foi a maior graça que Deus me permitiu”, emendou.
Veneziano lamenta não ter podido, por questão de tempo e por dificuldades conjunturais ou orçamentárias, concluir obras que havia planejado e que seriam exequíveis para o desenvolvimento da cidade, a exemplo do Centro Administrativo e da reforma da feira central. Salientou que são benefícios que a prefeitura está a dever à população campinense, mas tem a esperança de que isto possa ser bem desencadeado por uma outra pessoa que esteja à frente dos destinos da municipalidade. Os rumores que circulam nos meios políticos, já há algum tempo, sinalizam para a candidatura da mulher de Veneziano, Ana Cláudia, para o posto. O parlamentar observa que a decisão será tomada após discussões internas democráticas.
Da parte do grupo Cunha Lima, aparentemente também está descartada uma possível candidatura do ex-senador Cássio (PSDB), que não foi reeleito na disputa de 2018 e que já governou Campina Grande em três mandatos, além de ter sido governador do Estado, deputado federal e superintendente da Sudene. Não há garantia, também, de uma possível candidatura do deputado federal Pedro Cunha Lima, filho do ex-senador. Em tese, a coordenação do processo sucessório no “clã” de que Cássio faz parte como líder de projeção está confiada ao prefeito Romero Rodrigues, que examina alternativa, inclusive, nomes de deputados estaduais do grupo interessados em se lançar ao páreo. A senadora Daniella Ribeiro, do PP, aparentemente correndo por fora, estuda a viabilidade de lançamento da candidatura do filho Lucas Ribeiro a prefeito.