Parceira de William Bonner como apresentadora do “Jornal Nacional”, Renata Vasconcellos é, também, editora executiva do principal noticioso da Rede Globo de Televisão que está comemorando 50 anos no ar. Em depoimento para o livro comemorativo do cinquentenário do JN, Renata narra que estava há três anos na bancada do “Bom dia Brasil” quando foi convidada, em 2005, para fazer o JN nos dias de folga de Fátima Bernardes e plantões. “Foi um prazer enorme, mas a camisa pesa. A bagagem do Bom dia Brasil e da GloboNews me deram segurança e tranquilidade. E em novembro de 2014 assumi a bancada do JN, oficialmente, no lugar de Patrícia Poeta, que havia anunciado em setembro que se dedicaria a um novo projeto”.
– Com a velocidade de atualização proporcionada pela internet, a notícia não espera mais. Com isso, a rotina do Jornal Nacional mudou. Dependendo da importância do fato, não aguardamos a entrada do telejornal, muito menos o detalhamento do acontecimento; entramos com chamadas ao vivo. Sempre checamos tudo o que noticiamos, claro, mas não guardamos informação. Vamos complementando à medida que for necessário, o que vai se tornando cada vez mais frequente. Essa instantaneidade cria uma dinâmica diferente das décadas anteriores – avalia Renata Vasconcellos, que já dividiu bancada com outros nomes, como Heraldo Pereira e Alexandre Garcia.
Renata historia que é encarregada de fazer as chamadas programadas ou antecipadas, a partir das 15h. “Em um dia normal, temos três. Mas, se surgir um factual muito forte, podem ser quantas forem necessárias. Chegamos a entrar ao vivo de dez em dez minutos. Não tem dias monótonos. Com a integração das equipes de jornalismo da Globo, tenho o suporte da Globonews, do G1, e de todas as praças. A Globo está cada vez presente em várias plataformas, 24 horas por dia. Não estou sozinha nessa missão”, acrescenta. Renata chamou jornalistas paraibanos, da afiliada TV Cabo Branco, por exemplo, para entradas ao vivo no episódio da morte, em acidente aéreo, do cantor Gabriel Diniz, que faleceu no litoral de Sergipe precocemente.
A Olimpíada 2016 foi a primeira grande cobertura de esporte de Renata Vasconcellos, logo para o “Jornal Nacional” e direto do Rio de Janeiro. “Uma tremenda responsabilidade. Fizemos muitas entrevistas, ao vivo, com os medalhistas, direto do estúdio construído no Parque Olímpico. Foi um trabalho incrível de produtores e repórteres”, conta Renata. Na Copa do Mundo na Rússia, em 2018, ela diz que ficou responsável, pela primeira vez, por apresentar o Jornal Nacional em outro país. “Essa experiência me permitiu fazer matérias, uma atividade que não faz parte do meu dia a dia. Nessas grandes coberturas, é possível sair um pouco do factual, que tem sido tão tenso no Brasil. Sentir a presença do público. Voltei da cobertura da Copa do Mundo com o espírito de missão cumprida”, frisa. Logo em seguida, veio um novo desafio: o Brasil entrava em processo eleitoral. Seria a primeira eleição de Renata Vasconcellos através do Jornal Nacional. “As entrevistas com os candidatos no telejornal são muito esperadas. Tentamos esclarecer dúvidas, inconsistências, polêmicas, e todos os políticos são cobrados no mesmo nível”.
Renata depõe ainda: “Procuramos nos aprofundar nos principais temas que envolvem a candidatura de cada aspirante ao cargo. Como tempos um tempo relativamente pequeno, são definidas prioridades para as perguntas. Por serem entrevistas ao vivo, há, também, o componente do improviso. O importante é nunca perder o tom correto, a seriedade, o respeito, seguir sempre com firmeza. Diante de uma provocação, voltamos ao mais importante que são os questionamentos ao candidato. Não é fácil nem para os candidatos nem para os âncoras, mas ficamos sempre muito revestidos de senso de responsabilidade e dever jornalístico. Quando termina, a sensação é de orgulho por um bravo trabalho de toda uma equipe”. Renata lembra que na última cobertura eleitoral, em 2018, a Globo tratou das fake News, muito disseminadas pela internet, pelas redes sociais, às vezes até em uma velocidade maior do que as informações corretas. E ela conclui: “A responsabilidade do jornalismo profissional ficou ainda maior com as notícias falsas. Temos o papel de informar o tempo inteiro, com embasamento, checagem e rechecagem, tudo feito com agilidade, pelos melhores profissionais”.
Nonato Guedes