Em matéria divulgada hoje o site “Revista Forum” menciona o Dia do Nordestino, que está sendo celebrado em redes sociais e recapitula os principais ataques preconceituosos do presidente Jair Bolsonaro contra Estados do Nordeste, “reafirmando a visão etnocêntrica e colonialista do presidente sobre a região e seus governadores”. No texto, Luísa Fragão diz que o Dia do Nordestino foi criado como forma de homenagear toda a diversidade cultural, religiosa e folclórica da região. No entanto, apesar de ser uma data comemorativa, o dia também relembra os tantos momentos do ano em que o presidente Bolsonaro não deixou fácil para os nordestinos.
O presidente – prossegue Luísa – disparou no decorrer dos seus nove meses de mandato diversos ataques preconceituosos aos Estados. O início das grandes polêmicas veio em julho, quando, em café da manhã com jornalistas, o presidente atacou Flávio Dino (PCdoB), que é governador do Maranhão, e João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba. Sem saber que seu áudio estava aberto em uma transmissão ao vivo, Bolsonaro disse ao ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil: “Daqueles governadores “de paraíba”, o pior é o do Maranhão”. O tom pejorativo rendeu a apresentação de uma representação junto ao Ministério Público Federal por parte de um grupo de parlamentares de diferentes partidos, além de despertar a reação de representantes estaduais, que assinaram, conjuntamente, uma carta de repúdio contra o chefe da Nação.
Em seguida, um vídeo passou a circular nas redes sociais com outras falas preconceituosas do presidente. “Porque é vantajoso comprar carro na Bahia, Carol?”, questiona Bolsonaro, que logo em seguida responde: “porque já vem com o freio de mão puxado”. Logo em seguida, em outro pronunciamento, Bolsonaro diz que a única coisa boa do Maranhão é o presídio de Pedrinhas. Já em agosto, como registra a “Revista do Forum”, Bolsonaro fez questão de tensionar o clima com o Nordeste, que já não andava bom há algum tempo, e disse que há governador “ladrão” na região, que a ideia do Consórcio Nordeste é separatista e reclamou não poder fazer mais piada com nordestinos. Também em agosto, na mesma viagem à Bahia em que acusou governadores de serem “ladrões”, o presidente protagonizou mais uma piada preconceituosa contra o povo nordestino, ao lado do deputado federal Carlos Cajado (PP-BA). Cajado pergunta se Bolsonaro está virando “cabra da peste”. O presidente, então, responde na cena ensaiada: “Só tá faltando crescer um pouquinho a cabeça”, diz, antes de soltar uma gargalhada forçada.
Na noite de ontem, Bolsonaro deu uma declaração se eximindo de responsabilidade sobre o vazamento de petróleo que atingiu praias do Nordeste. Ele afirmou que o Ministério da Defesa constatou que o material despejado não é de origem brasileira e, portanto, não cabe a ele dar explicações. O presidente afirmou, ainda, que as investigações continuam para saber de onde o óleo vem. “Nós estamos investigando, analisando, porque tem um DNA. Por exemplo, não é produzido em nenhum poço brasileiro. E não é comercializado de fora para cá esse tipo de óleo também. Então, temos uma certeza: não é do Brasil, não é responsabilidade nossa”, declarou. Enquanto o governo foge da responsabilidade, Sergipe declarou estado de emergência devido ao aumento de danos ambientais causados pelo óleo que vem tomando as praias do Nordeste desde setembro. Nove Estados foram atingidos. Sobre a relação com os governadores, o da Paraíba, João Azevêdo, recebeu na semana passada em Palácio o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, que se comprometeu a atender com prontidão reivindicações do Estado e encaminhar outras demandas a pastas do governo Bolsonaro.
Da Redação, com “Revista Forum”