Em ação articulada com o Ministério Público Federal e o Gaeco, a Polícia Federal amanheceu hoje desencadeando a quinta fase da Operação Xeque-Mate, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão tanto na cidade de Cabedelo, foco de graves irregularidades administrativas, como em João Pessoa. A Controladoria Geral da União dá reforço ao trabalho de investigação desencadeado e os mandados de busca e de apreensão tiveram a devida autorização da Décima Sexta Vara da Justiça Federal da Seção Judiciária da Paraíba.
Durante a “blitz” de hoje foram apreendidos malotes com dinheiro. O cumprimento das medidas foi traduzido para a imprensa como atendendo ao objetivo de colher elementos de prova referentes à possível prática de crimes e desvios de recursos públicos federais para a aquisição de medicamentos por parte da prefeitura de Cabedelo, dirigida por Vítor Hugo Castelliano, do Democratas. A operação contou com a participação de cinquenta policiais federais, sendo efetivado o cumprimento de pelo menos oito mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas empresas contratadas pela prefeitura para fornecimento dos medicamentos.
Segundo foi revelado, os investigados deverão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e fraude licitatória, cujas penas, somadas, poderão alcançar mais de trinta anos de reclusão. Uma entrevista coletiva está programada para as 10h de hoje na sede da Superintendência da Polícia Federal em Cabedelo. A Operação Xeque-Mate, em sua etapa original, desbaratou uma organização criminosa com a participação de agentes públicos, tanto na prefeitura como na Câmara de Vereadores da cidade portuária. Os desdobramentos levaram à prisão e renúncia do prefeito Wellington (Leto) Viana, que foi substituído por Vítor Hugo Castelliano, posteriormente confirmado como titular em eleição suplementar determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Vítor Hugo era filiado ao PRB e, ultimamente, assinou ficha no Democratas, abonada em ato público que foi prestigiado pelo prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do DEM. A Operação Xeque-Mate resultou, ainda, na prisão do empresário Roberto Santiago, diretor-proprietário do Shopping Manaíra, posteriormente posto em liberdade sob condições restritivas.