A quinta fase da Operação Xeque-Mate, desencadeada, ontem, pela Polícia Federal, em conjunto com o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado-Gaeco, Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal, foi focada em investigação de desvio de recursos públicos da Saúde pela administração de Cabedelo, com reflexos na administração estadual. O delegado da PF Fabiano Emídio informou, com base em levantamento da CGU, que 11 empresas da Paraíba e de Pernambuco participaram da prática de crimes e desvios de verbas no montante de R$ 12 milhões, destinados à aquisição de medicamentos pela prefeitura de Cabedelo em 2018.
O ex-deputado federal André Amaral Filho e seu pai, o empresário André Augusto Castro do Amaral, estão entre os investigados, juntamente com Reuben Cavalcante, ex-secretário de Transportes de Cabedelo, Vina Lúcia Ribeiro, ex-candidata a vereadora naquela cidade, os empresários Antônio Carlos Almeida Sobrinho e José Aldênio de Melo Alencar, do Recife, ligados ao fornecimento de medicamentos e a sede da empresa Almed. Há suspeitas de que André Amaral teria recebido propinas por emendas parlamentares apresentadas para a aquisição de medicamentos para Cabedelo, o que ele contestou em nota distribuída com a imprensa. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, com base em ordens expedidas pela Décima Sexta Vara da Justiça Federal.
André Amaral e seu pai, em defesa compartilhada no WhatsApp, declararam-se inocentes e disseram estar sendo alvos de calúnia por parte de “um criminoso confesso que quer se beneficiar da delação premiada para atacar a honra alheia. Ambos não identificaram, porém, o nome do delator. A CGU revelou que através de levantamento criterioso constatou que onze empresas da Paraíba e de Pernambuco participaram do esquema de crimes e desvios de recursos. “Havia um conluio das empresas, que fraudavam o processo licitatório na aquisição de medicamentos em Cabedelo”, relatou o diretor de operações da CGU, Israel José Reis de Carvalho. No apartamento do pai de André Amaral Filho foram apreendidos documentos, processos licitatórios, mídias eletrônicas e uma agenda, o que, para o delegado Fabiano Emídio é comprometedor do envolvimento do clã Amaral no esquema.