O deputado licenciado Hervázio Bezerra (PSB), que ocupa a secretaria da Juventude, Esporte e Lazer do Estado, afirmou em entrevista à rádio 98 FM, do Sistema Correio de Comunicação, que vem sendo procurado por diversos prefeitos e vereadores da base aliada do governador João Azevêdo, filiados ao Partido Socialista, indagando como ficará o cenário de disputa em 2020 com o “racha” verificado entre os apoiadores do ex-governador Ricardo Coutinho e os seguidores do atual gestor. Conforme Hervázio, há uma preocupação entre os socialistas que irão disputar as eleições municipais do próximo ano sobre o futuro partidário e os reflexos que o “cisma” nas hostes do partido podem provocar.
Hervázio admitiu que conta com um exemplo de preocupação dentro de casa, citando o seu filho, vereador Leo Bezerra, que será candidato à reeleição à Câmara Municipal em João Pessoa mas está ansioso em termos de definições sobre o desfecho do impasse deflagrado nas hostes do PSB. “Há prefeitos que têm ligação fraterna conosco e que a todo instante chegam a questionar e perguntar se há clima para a permanência no Partido Socialista ou quais as opções que teríamos. Eu particularmente não tenho as respostas, mas tenho dito que confio muito no governador João Azevêdo”, especificou Hervázio Bezerra.
O deputado licenciado acrescentou que os pré-candidatos e líderes do esquema, em geral, aguardam um posicionamento concreto do governador João Azevêdo para decidirem se permanecem ou não no PSB. “Embora o governador não precise de legenda para as eleições do próximo ano nem tenha pressa para uma definição de partido, eu acredito que ele tem a dimensão da inquietação natural que aflige os pré-candidatos, carentes de estrutura partidária para lançarem suas candidaturas e até mesmo concorrerem à reeleição em tempo hábil”, obtemperou Hervázio Bezerra, ex-líder do governo Ricardo Coutinho na Assembleia Legislativa. Para ele, sob o comando de João Azevêdo, o núcleo político do governo e o secretário Edvaldo Rosas, destituído da presidência estadual por uma intervenção branca do diretório nacional, têm ciência do quadro de dificuldades e do momento bastante complicado vivenciado na agremiação e certamente estão buscando alternativas para serem apresentadas e discutidas num prazo não muito longo.
Na avaliação de Hervázio Bezerra, apesar das expectativas criadas junto a alguns líderes, o capítulo da convivência entre João Azevêdo e Ricardo Coutinho é praticamente página virada, uma vez que o impasse não tem solução e nem foram dados passos concretos para a reunificação partidária, como era o sentimento reinante junto às bases. A repercussão do racha, como Hervázio admitiu, também preocupa os partidos aliados do governo, que têm suas próprias formulações para a disputa eleitoral do próximo ano, que se prenuncia renhida em alguns dos colégios mais expressivos do Estado da Paraíba.
Nonato Guedes