A deputada estadual Estela Bezerra (PSB) protestou, hoje, na tribuna da Assembleia Legislativa, contra a citação de seu nome em uma decisão dada a público ontem pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, que alegou haver indícios de envolvimento dela em irregularidades apuradas na “Operação Calvário”, conduzida pelo Ministério Público e Gaeco e que já está em sua nova fase. Estela reagiu afirmando que sobre ela deveria recair presunção de inocência e não indício de envolvimento. “Deveriam inquirir antes de acusar. O contraponto disso é um processo inquisitório que condena antes de ouvir. Eu tenho pressa na apuração dos fatos. Tenho uma imagem a zelar e por isso abro meus sigilos”, frisou.
A fim de concretizar a sua intenção, a deputada revelou o propósito de encaminhar petição ao Ministério Público. Estela informou que seu trabalho vai ter continuidade e, para tanto, precisa ter conhecimento do teor das acusações contra seu nome. “As ilações naquela peça são graves e condenam o que não é crime. Seria crime eu, que não tenho caneta, sugerir alguém para ocupar um cargo de confiança?”, perguntou a deputada. Foi uma referência à indicação de sua chefe de gabinete na Assembleia para ocupar a direção da filial da Cruz Vermelha na Paraíba. A Cruz Vermelha consta em inquéritos como facilitadora do pagamento de propinas a autoridades remanescentes do governo Ricardo Coutinho para, com isto, obter beneplácito à sua atuação como organização social que geriu hospitais da rede pública no Estado.
Estela Bezerra de Souza deixou patente ter ficado absolutamente surpresa com o texto de uma medida cautelar em que foi mencionada, acrescentando que igualmente teve reação negativa ante tal providência. “Há ilações de que eu seria uma suposta suspeita de um processo de investigação no Ministério Público. Levei muito tempo para entender porque estava arrolada em um processo do qual não faço parte. Eu fui citada no capítulo que trata da competência da Corte e faz-se uma ilação entre envolvimento meu em atividade criminosa. Quero colaborar com as investigações para que a verdade real seja restabelecida”, salientou a deputada. Em nota que publicizou, Estelizabel Bezerra garantiu que tem uma vida pública sem qualquer mácula. “Sou deputada de segundo mandato, aprovada pela opinião pública através do voto popular. Minha entrada na democracia representativa é fruto de uma trajetória de luta por direitos sociais, justiça social, cidadania e democracia participativa, bem como por transparência pública”, admoestou a deputada e jornalista. Assegurou, enfim, que não há nada que possa ser utilizado contra a sua conduta ética e moral.