Nonato Guedes
O jornalista Matheus Ribeiro, editor e apresentador do telejornal da TV Anhanguera, de Goiás, com ramificação pelo Tocantins, é o primeiro noticiarista assumidamente gay a comandar a bancada do “Jornal Nacional”, da Rede Globo, que está completando 50 anos de história. Formado em jornalismo, Matheus tem 26 anos de idade e valeu-se da sua página no Instagram para publicar uma foto com o namorado Yuri Piazzarollo, um policial integrante da Força Nacional de Segurança, e se declarar homossexual. No dia nove de novembro, dentro do rodízio na bancada do “JN”, Matheus dividirá espaço com a jornalista paraibana Larissa Pereira, natural de João Pessoa, âncora do “JPB Segunda Edição”, da TV Cabo Branco, afiliada da Globo no Estado.
Ambos já promoveram uma interação, que foi mostrada, inclusive, em vídeos produzidos para os respectivos telejornais que apresentam nos dois longínquos Estados. No diálogo entre Larissa e Matheus, além do compartilhamento da satisfação por compor a bancada do “Jornal Nacional”, houve ping-pong deles sobre as potencialidades de Goiás e da Paraíba, com enfoque nas suas culinárias. Matheus Ribeiro é descrito pela imprensa goiana e tocantinense como um profissional competente e devotado ao seu trabalho, além de ser querido pelo público telespectador dos dois Estados. Larissa, que é casada, iniciou sua trajetória profissional como estagiária e, na sequência, repórter da TV Cabo Branco. Transferiu-se para o Recife, onde atuou na Rede Globo Nordeste ao lado de profissionais renomados como Francisco José e Beatriz Castro, que são casados.
O “estágio” na Rede Globo Nordeste, conforme a própria Larissa admitiu, foi fundamental para que ela aprimorasse seu aprendizado em televisão, veículo pelo qual é fascinada. Assim é que ela voltou a João Pessoa e se preparou para assumir a apresentação do JPB Segunda Edição, que vai ao ar no período da noite, em substituição à sua colega e amiga Edilane Araújo, veterana dos quadros da TV Cabo Branco, que se despediu da “telinha”, permanecendo em funções executivas na empresa afiliada da Globo. Edilane fez parte do núcleo inicial da TV Cabo Branco, que estreou oficialmente na Paraíba na década de 1980, incorporando a TV Paraíba, em Campina Grande, também como afiliada do Sistema Globo. Edilane, na época em que se despediu, este ano, deixou uma mensagem de gratidão pela audiência conquistada junto ao público no período de atuação na Cabo Branco e enalteceu as qualidades de Larissa Pereira para substituí-la.
O rodízio na bancada do “Jornal Nacional”, como explicou o apresentador e editor da Rede Globo, William Bonner, é uma estratégia da emissora para premiar profissionais das afiliadas num momento historicamente relevante para as organizações fundadas por Roberto Marinho, já falecido. A escolha de jornalistas “locais”, ou seja, de emissoras afiliadas, para integrar a bancada do “JN”, foi feita por sorteio, segundo garantiu William Bonner. O critério já possibilitou a estreia de rostos desconhecidos de vários Estados e alguns conhecidos pelos telespectadores mais veteranos, como Carlos Tramontina, da TV Globo São Paulo. Os apresentadores “locais” valem-se de suas redes sociais para fazer contagem regressiva do Dia “D” e, ao mesmo tempo, aprofundar a relação com os parceiros com quem vão sentar na bancada do telejornal mais nobre do Brasil.