Nonato Guedes
A administração do governador João Azevêdo não tem sido prejudicada pela Operação “Calvário”. Foi o que assegurou, ontem, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Barbosa (PSB), pontuando que há um incômodo, insuficiente para atrapalhar o andamento da gestão, que mantém seu cronograma de obras e serviços pelo Estado. Ricardo Barbosa definiu a Operação como “um desconforto convivível”, observando que não houve, até agora, uma sangria na relação, tanto da Assembleia, quanto do governo do Estado. “O governo continua trabalhando firme, inaugurando e anunciando importantes obras”, acrescentou.
O líder do governo reconheceu que o desenrolar da Operação acarreta muitos cenários de especulação, “mas a gente acompanha com muita tranquilidade e muito equilíbrio, produzindo muito em favor da Paraíba”. O chefe do Executivo, por sua vez, tem evitado comentar o assunto publicamente, sempre que abordado por repórteres. Nas respostas quase lacônicas que emite a respeito, João Azevêdo insiste em afirmar que o Ministério Público faz o papel dele e que o Poder Executivo cumpre a missão constitucional que lhe cabe. O deputado Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa, pensa de modo diferente e é enfático ao assinalar que as investigações atrapalham substancialmente a gestão, uma vez que há membros do governo citados ou mencionados em inquéritos.
Além das dificuldades criadas à administração pela Operação Calvário, Adriano Galdino destacou outros problemas vivenciados pelo governador, como, por exemplo, o enfrentamento do chamado fogo amigo dentro do PSB, rachado desde que o ex-governador Ricardo Coutinho articulou a dissolução do diretório regional com o aval da Executiva nacional, passando a presidir uma comissão estadual provisória a fim de reestruturar a legenda. “O governo João Azevêdo, esta é que é a verdade, enfrenta um fogo amigo dentro do governo e um fogo amigo dentro do partido”, expressou Adriano Galdino em intervenção feita na tribuna da ALPB durante a discussão das emendas impositivas de parlamentares. Ricardo Barbosa acha que não há nada que possa ser equacionado por enquanto.
Apurou-se que, ontem à tarde, os secretários de Comunicação do Estado, Nonato Bandeira, da Chefia de Gabinete, Ronaldo Guerra, da Secretaria de Governo, Edvaldo Rosas e da Articulação Política João Gonçalves reuniram-se com o presidente da Assembleia Legislativa e com o líder do Blocão, além dos deputados Edmilson Soares e Genival Matias, para ouvir as reclamações da base aliada do governador João Azevêdo. O secretário João Gonçalves, que está licenciado do desempenho de mandato parlamentar, definiu que o momento foi de ouvir os aliados para que se garanta a unidade da base na Assembleia Legislativa. “Estamos procurando, cada vez mais, fortalecer a convergência”, enfatizou ele.