Nonato Guedes
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) produziu um vídeo que divulgou em redes sociais criticando o ambiente de radicalização política-ideológica que, a seu ver, impera no país, prejudicando a discussão consistente sobre o que interessa, de verdade, à população. Ele reclamou de exploração feita em cima de uma declaração sua, manifestando-se contrário à ditadura militar. Reiterou que se posicionou assim porque entende que a ditadura já provou que não é solução para o Brasil e lamenta que remanescentes “saudosistas” voltem a repisar o tema. Entretanto, Pedro deixou claro que apoia a agenda do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, dentro do seu próprio compromisso de contribuir para agilização de soluções “que não podem mais ser proteladas”.
O filho do ex-governador Cássio Cunha Lima criticou aspectos da conjuntura nacional, no momento, em que, de acordo com ele, “há extremos ideológicos que se retroalimentam, movidos pelo interesse de paralisar a discussão do que realmente é importante para a sociedade brasileira”. Acrescentou que não é pelo caminho da destruição de pessoas, na política, que se vai chegar a um estágio melhor e deixou claro que não interessa à grande parte da opinião pública a discussão “estéril” sobre “Centrão” ou “Centrinho”, numa referência a blocos parlamentares existentes na Câmara e no Senado. “O interesse corporativista não pode, nem de longe, ter prioridade numa hora em que o país aposta fichas na sua recuperação econômica, social, e em todos os níveis”, salientou Pedro Cunha Lima.
O deputado destacou que, de sua parte, tem se esforçado para oferecer o próprio contributo na discussão dos problemas de relevância, a partir da Comissão de Educação da Câmara, onde tem questionado dispositivos legais e políticas oriundas do próprio governo e ao mesmo tempo tem formulado proposições que estão em sintonia com as aspirações das instituições ligadas ao ensino no Brasil. Pedro Cunha Lima mencionou, igualmente, as iniciativas suas como a PEC dos Penduricalhos, referência à Proposta de Emenda Constitucional que tenciona reduzir privilégios ou vantagens salariais, que são usufruídas pelos próprios parlamentares, em detrimento de propostas justas, racionais. Asseverou que, mesmo que eventualmente discorde de alguma matéria ou projeto de autoria do Poder Executivo, não está imbuído do propósito de boicotar a “governabilidade”, até por avaliar que se trata de uma postura mesquinha, não condizente com o papel dos representantes do povo.
A par das colocações feitas, o deputado Pedro Cunha Lima concitou seus colegas parlamentares, de diferentes partidos, a uma reflexão em torno da atmosfera que se respira no país, de enfrentamento político-ideológico permanente, desviando as energias que poderiam ser canalizadas para lutas mais produtivas em favor da sociedade. Alertou que os valores éticos devem ser preservados a todo custo e que tanto deputados como senadores, bem como governadores e prefeitos, deputados estaduais e vereadores, devem se incorporar de uma vez por todas à agenda proativa que a sociedade reivindica, “com justa razão”.