Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (PSB) reúne-se na manhã de hoje no Palácio da Redenção, em João Pessoa, com representantes de órgãos e entidades ligadas ao meio ambiente federal e estadual para discutir a situação das manchas de óleo nas praias nordestinas. O objetivo é o de fixar estratégias de ações para a hipótese de a Paraíba vir a ser atingida pelo problema, que já contamina grande parte do litoral da região. As autoridades locais confirmam que o litoral do nosso Estado foi o menos afetado pelo desastre ambiental, mas há uma preocupação com o agravamento do quadro em outras praias do Nordeste, especialmente devido ao aparecimento de novas manchas em Pernambuco e em Alagoas.
A Paraíba possui um grupo de trabalho, formado por representantes da Sudema, Capitania dos Portos, Ibama, ICMBio, prefeituras do Conde, Cabedelo e João Pessoa, para monitorar e acompanhar diariamente o litoral com o apoio dos proprietários de marinas, catamarãs e pescadores. Na companhia de biólogos, o grupo realizou mergulhos nos dias 14, 15 e 16 deste mês, em áreas de corais, comprovando que não há manchas de óleo. Um relatório da Sudema apontou que o primeiro caso noticiado, da presença de óleo na Paraíba, foi no município do Conde no dia 30 de agosto, quando nove praias (cerca de 20km da orla) foram atingidas por fragmentos de óleo cru. Foram atingidas Tambaba, Arapuca, Coqueirinho, Tabatinga, Carapibus, Praia do Amor, Jacumã, Gramame e Barra de Gramame.
No dia primeiro de setembro, as manchas alcançaram a praia do Bessa, em João Pessoa, e mais quatro praias no município de Cabedelo. O relatório da Sudema atestou, também, que as praias atingidas naquela ocasião estão próprias para o banho e livres do óleo cru depositado na areia. Os testes de balneabilidade, constatam também que o evento não trouxe repercussões à qualidade da água no litoral do Estado. Pelo balanço divulgado pelo Ibama, 201 localidades de 74 municípios no litoral do Nordeste foram atingidas pelos resíduos de óleo, 35 animais foram afetados, 17 tartarugas marinhas morreram, 11 tartarugas foram resgatadas vivas, duas aves foram encontradas em óbito, outras duas aves vivas e um peixe morto. A Marinha vem monitorando o litoral do Nordeste desde o início de setembro e até agora mais de 525 toneladas de resíduos foram retiradas em cerca de 2.250 quilômetros de extensão.