Foi ontem, em Brasília: o Superior Tribunal de Justiça negou pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-secretário executivo de Turismo da Paraíba, Ivan Burity. Ele havia sido por ocasião da quinta fase da Operação Calvário, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba. Burity foi um dos três alvos de prisão autorizados pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, com base em autos processuais, juntamente com Eduardo Simões e Jardel Aderico da Silva.
Ao analisar o pedido de habeas corpus, o ministro Nefi Cordeiro denegou o recurso. O ex-secretário encontra-se preso desde o dia nove, tendo pedido exoneração do cargo ao governador João Azevêdo, do PSB, que o aceitou. Ao todo, além dos três mandados de prisão, foram cumpridos 28 de buscas e apreensões no transcurso da mesma etapa. A Operação Calvário investiga irregularidades em contratos firmados pelo governo do Estado, nas gestões de Ricardo Coutinho, com organizações sociais selecionadas para gestão pactuada nas áreas da Saúde e da Educação. O inquérito apontou pagamento de propinas a ex-agentes públicos para facilitar os interesses das organizações, a exemplo da Cruz Vermelha, que administrava o hospital de Trauma e Emergência de João Pessoa e foi descredenciada pelo governo João Azevêdo com a rescisão do contrato.
Sabe-se que as investigações chegaram até Ivan Burity a partir de informações constantes de delação premiada do ex-assessor da Secretaria de Administração do Estado, Leandro Nunes Azevêdo. No âmbito da Educação, Burity teria atuado para facilitar a contratação de empresas mediante contratos fraudulentos, recebimento de propina e inexegibilidade de licitações. De acordo com Leandro, Ivan Burity teria transportado R$ 1,2 milhão, trazido de cidade não identificada, em junho de 2014. De posse do dinheiro, R$ 300 mil teriam sido destinados ao ex-deputado federal Rômulo Gouveia, já falecido, que então era vice-governador da Paraíba.