Nonato Guedes, com informações de Renata Fabrício, do Correio da Paraíba
A cidade de Patos, conhecida como “Rainha das Espinharas”, na Paraíba, comemora hoje 116 anos de elevação à categoria da cidade, em meio a um impasse político-administrativo que levou ao afastamento de gestores por supostas irregularidades, criou um ambiente de acefalia por parte do poder público e teve reflexo até no cancelamento, este ano, dos festejos juninos. A cidade, hoje, é administrada pelo prefeito Antônio Ivanes de Lacerda, que fora eleito presidente da Câmara Municipal no dia 23 de agosto após renúncia do prefeito interino Sales Júnior.
A Assembleia Legislativa da Paraíba, sob a presidência do deputado Adriano Galdino, realizou, ontem, sessão ordinária e, ao mesmo tempo, sessão especial para comemorar antecipadamente os 116 anos de emancipação da cidade. As discussões por parte dos deputados, bem como apresentações de requerimentos e propostas, priorizaram as necessidades da população da “Morada do Sol”, como Patos, igualmente, é denominada. Na oportunidade, Adriano Galdino anunciou a promulgação de mudanças em alguns pontos da Constituição Estadual, dentro do esforço da Assembleia para se adaptar à conjuntura vigente. O prefeito Ivanes Lacerda destacou o espírito de luta do povo patoense e revelou que a cidade vem conseguindo superar os efeitos do impasse administrativo sem precedentes na sua história.
A cidade experimentou quatro prefeitos dentro de uma mesma gestão, os quais saíram por cassação ou renúncia e ainda está um caos, na definição do historiador Damião Lucena. “Se Patos não fosse tão forte, não teria resistido”, contou ele à repórter Renata Fabrício, do “Correio da Paraíba”. Foi no dia 24 de outubro de 1833 que a Vila de Patos se tornou cidade, a quarta maior da Paraíba em número de habitantes, principal ponto geográfico para quem trafega pelo Sertão. O município conta com 107.605 habitantes, de acordo com o último censo do IBGE. Na sua origem, firmou-se pelo investimento maciço na agricultura e na pecuária, mas, com o passar do tempo, foi se projetando como polo educacional. A partir da década de 70, o ensino recebeu impulso significativo e o resultado é que Patos agrega, hoje, cerca de quarenta cursos superiores, alguns de qualificação reconhecida nacionalmente. O primeiro curso superior, na área de economia, foi instalado pela Fundação Francisco Mascarenhas no início de 1970.
Patos investe no turismo religioso, e um dos pontos principais em termos de referência é a Cruz da Menina, local que atrai curiosos de todas as partes do país e conta com um anfiteatro, capela, restaurante, lojas e posto policial. A estimativa é de que cerca de cem mil pessoas visitam o parque anualmente, e romeiros de diversas procedências que se dirigem a Juazeiro do Norte, Ceará, terra do padre Cícero Romão Batista, passam, também, pela Cruz da Menina. Na programação estabelecida para hoje, está prevista missa solene às 10h na Catedral de Nossa Senhora da Guia, na praça Getúlio Vargas. A partir de 17h haverá apresentações de Lívia Valéria, Filarmônica 26 de julho, Banda da Polícia Militar, Grupos Nordense e Cordão de Ouro e, finalmente, quadrilha junina. O nome Patos foi inspirado em uma lagoa que tinha muitos patos selvagens. No eclipse solar de 1940, Patos foi considerado o melhor ponto de observação e cientistas de vários países e agências foram até à cidade acompanhar o fenômeno.