A campanha “Novembro Azul”, de conscientização sobre a necessidade de prevenção do câncer de próstata, cujas chances de cura chegam a 90%, começa a ser deflagrada na Paraíba por entidades médicas e organizações sociais. De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), divulgada na edição de hoje do “Correio da Paraíba”, a Paraíba deverá fechar 2019 com números nada positivos em relação ao câncer de próstata – a estimativa aponta que serão 1.170 novos casos, dos quais 180 em João Pessoa. A doença é a segunda maior causa de morte entre os homens e, na última década, entre 2009 e 2018, causou mais de três mil óbitos.
Somente este ano, o mal já fez 273 vítimas fatais, segundo dados do Sistema de Informação da Secretaria de Saúde do Estado. Inúmeras ações de conscientização estão programadas para acontecer durante todo este mês. A campanha conta com novidades este ano. Dois estudos, Enzamet e Titan, divulgados em 2019, apontam que o uso dos medicamentos Enzalutamida e Apalutamida, associados ao análogo do GnRH, podem melhorar a sobrevida do paciente. O combate mais comum do câncer de próstata metastático virgem de tratamento, denominado de hormônio sensível, é a castração da testosterona, seja através de cirurgia para retirada dos testículos ou com drogas que agem no eixo hipotálamo-hipofisário, os análogos ou antagonistas do gnRH.
O especialista Marcos Tobias Machado explica que três fatores definem o prognóstico do paciente: o estágio da doença, ou seja, se está localizada no órgão ou se se espalhou pelo corpo, o escore de Gleason, uma nota dada ao tumor pelo médico que examina a amostra e o valor do PSA, que são moléculas produzidas pelas células da glândula prostática. A chance de cura pode chegar a 90%. Um fator de alerta é que o câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma no início, o que torna a doença muito perigosa, daí a importância de ser feita a avaliação preventiva, com exame de sangue PSA e exame de toque retal. Os sintomas, como o sangramento na urina, só aparecem em estágios avançados. Apesar da doença atingir mais os homens com idade acima de 50 anos, os mais jovens não estão livres.