Da Redação, com “Correio da Paraíba”
Dados da edição 2019 do Índice Firjan de Gestão Fiscal, relativos a 2018, mostram que apenas três municípios paraibanos possuem autonomia financeira: João Pessoa, Campina Grande e Cabedelo. Essas cidades geram receita local e possuem condições para custear as Câmaras de Vereadores e a estrutura administrativa das prefeituras. Entre os 223 municípios, 83,4% estão em situação crítica ou em dificuldade com despesas de pessoal e 70,4% enfrentam sérias dificuldades no quesito investimento.
Em relação à autonomia financeira, 212 municípios paraibanos estão em situação de dificuldade ou crítica, sendo que, dentre elas, 174 zeraram na pontuação apresentada pelo IFGF. Além disso, oito não apresentaram os dados para preenchimento na pesquisa. No quesito liquidez, 37 municípios estão em condições de excelência, 53 de boa gestão, 72 em dificuldade e 53 zeraram, ou seja, 56% (mais da metade do Estado) terminaram 2018 sem recursos em caixa para cobrir as despesas postergadas para o exercício subsequente.
No levantamento, João Pessoa está classificada como tendo uma boa gestão, dentre o Índice Firjan de Gestão Fiscal. Nos quesitos autonomia e liquidez, a Capital – administrada pelo prefeito Luciano Cartaxo (PV) – apresenta excelência, reduzindo a pontuação no item gastos com pessoal, onde apresenta dificuldade e uma situação crítica quando o assunto é investimento. Por sua vez, o município de Cabedelo apresenta excelência em autonomia e liquidez, boa gestão no Índice Firjan de Gestão Fiscal e dificuldade nos investimentos. No quesito Gastos com Pessoal, a cidade portuária aparece com os dados zerados. O município de Campina Grande, administrado por Romero Rodrigues (PSD), apresenta um bom resultado em autonomia, quando se verifica a relação entre as receitas oriundas da atividade econômica do município e os custos para manter a Câmara de Vereadores e a estrutura administrativa da prefeitura.
Quando se fala no Índice Firjan de Gestão Fiscal e nos Investimentos, a cidade de Campina Grande aparece em situação crítica. Os Gastos com Pessoal e a liquidez no município estão com os dados zerados. O Índice revela que 1.856 cidades brasileiras não se sustentam, já que a receita gerada localmente não é suficiente nem para custear a Câmara de Vereadores e a estrutura administrativa da prefeitura. Em média, esses municípios gastaram em 2018 R$ 4,5 milhões com essas despesas e geraram apenas R$ 3 milhões de receita local.