Nonato Guedes
A propósito de intimação feita, ontem, ao ministro paraibano Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, para depor no inquérito que apura se a JBS fez doações de R$ 40 milhões na campanha eleitoral de 2014, a defesa do ex-senador deplorou o sensacionalismo feito na mídia a respeito e deixou claro que não houve “suposta operação” com mandados de busca ou apreensão. “Houve, isto sim, uma solicitação para depoimento, o que não configura nenhuma medida extravagante ou derivada do que alguns setores costumam chamar de “operação” apenas para impressionar a opinião pública”, ressaltou a defesa de Vital.
A ação foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal e alcançou integrantes do Congresso Nacional, tais como os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (AM), líder do MDB. No inquérito sobre o caso também são investigados os senadores Jader Barbalho (MDB-PA) e Dário Berger (MDB-SC), o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), os ex-senadores Eunício Oliveira (MDB-CE) e Valdir Raupp (MDB-RO), bem como o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os detalhes da operação não foram divulgados, pois a investigação tramita em sigilo. O senador Eduardo Braga chegou a queixar-se do horário (7h da manhã) para a abordagem. Nos termos da ação de Fachin , a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e medidas de sequestro de bens na investigação contra membros do Congresso Nacional.
A nota divulgada pelos defensores do ministro Vital do Rêgo esclarece que ele é o maior interessado em elucidar os fatos e, portanto, atenderá a solicitação do depoimento, colaborando com a Justiça, “como sempre tem feito”. Já a assessoria do senador Renan Calheiros informou que às 7h32 ele recebeu um delegado da polícia federal em sua residência em Brasília para a entrega da intimação do depoimento. “O senador afirmou que está à disposição e que é o maior interessado no esclarecimento dos fatos”, acrescenta a nota de Renan. Os advogados de Eduardo Braga, também em nota, revelaram que ele recebeu na manhã de ontem uma solicitação do delegado Bernardo Amaral para prestar esclarecimento no mesmo inquérito. “O senador sempre se colocou à disposição para colaborar com qualquer investigação”, frisou.
Os advogados de Eduardo Braga lamentaram o que chamaram de “cobertura midiática” sobre o fato, motivada, talvez, por sensacionalismo ou desinformação, “mencionando fato que simplesmente não existiu, na medida em que nenhuma medida de busca e apreensão foi realizada na residência ou em qualquer outro endereço do senador”. Mais tarde, Eduardo Braga foi ao Palácio do Planalto, onde concedeu uma entrevista. “Eu recebi um agendamento de oitiva. E, como sempre, presto todos os esclarecimentos e apoio toda e qualquer operação. Agora, o que não é justo é “fake News” dizer que imóveis e gabinetes tenham sofrido busca e apreensão. Isto não aconteceu”. O senador frisou, também, que marcará uma data para esclarecer a questão e ressaltou que não tem nenhuma relação com nenhuma consultoria de qualquer ordem ou natureza.