Da Redação, com agências
Previsto para acontecer hoje, o megaleilão de petróleo poderá gerar uma arrecadação de R$ 106,5 bilhões, com a oferta de quatro áreas do pré-sal na bacia de Santos, São Paulo. Trata-se do maior leilão de óleo e gás já realizado no mundo em termos de valor de arrecadação de bônus de assinatura, o valor que as empresas pagam pelo direito de exploração. O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que se algumas das quatro áreas do megaleilão da cessão onerosa não for arrematada, deve ser relicitada dentro de oito ou nove meses.
– Se, por ventura, não for leiloada, vamos reanalisar essas áreas para recalibrar os dados, mas um espaço de oito ou nove meses essas eventuais áreas poderiam voltar para um novo leilão – enfatizou o ministro. Bento Albuquerque disse que as expectativas do governo são as melhores possíveis. E sobre a desistência da britânica BP e a francesa Total, comentou que o governo vai dialogar com as empresas após o leilão para entender porque elas desistiram de participar da disputa. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Décio Oddone, salientou que há risco de que duas das quatro áreas leiloadas – Sépia e Atapu, não encontrem interessados e não sejam arrematadas. Se isso acontecer, a arrecadação do leilão deverá cair em quase R$ 25 bilhões.
Em 2010, a União e a Petrobras assinaram o acordo da cessão onerosa, que permitiu à estatal a exploração de 5 bilhões de barris de petróleo na bacia de Santos. À época, a Petrobras pagou R$ 74,8 bilhões por esse direito. A estimativa do governo federal é de que a área poderá render mais do que 5 bilhões de barris e, diante disso, a União fará o megaleilão do volume excedente. Se todas as quatro áreas forem vendidas, o governo receberá R$ 106 bilhões. Há uma forte expectativa de governadores de Estados e prefeitos de municípios, no sentido de que recursos oriundos do megaleilão sejam repassados para essas unidades, contribuindo para o esforço de recuperação financeira que empreendem diante das dificuldades da conjuntura nacional.