O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), que participou, ontem, de um encontro com outros governadores no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, afirmou que o “Consórcio Nordeste”, ferramenta de gestão que reúne os nove Estados da região, já apresenta sua primeira ação prática, referindo-se à compra conjunta de dez tipos de medicamentos com uma economia de aproximadamente 30%. O resultado foi o principal ponto da carta divulgada no final da tarde de ontem pelos gestores após o encontro na sede do governo de Pernambuco.
A primeira licitação realizada pelo “Consórcio” após sete meses de criação, está em sua fase final. A aquisição coletiva dos remédios proporcionou uma redução de R$ 48 milhões aos cofres dos governos estaduais. O valor global da aquisição de medicamentos que irão abastecer hospitais públicos da região seria de R$ 166 milhões se cada Estado adquirisse os produtos de forma individual. Com o mecanismo coletivo, a quantia a ser empregada caiu para R$ 118 milhões. A licitação será homologada até o próximo dia quinze de novembro.
Participaram do encontro no Recife, além de Azevêdo e do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, os governadores Renan Filho, de Alagoas, Camilo Santana, do Ceará, Belivaldo Chagas, de Sergipe, Wellington Dias, do Piauí, e Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, bem como os vice-governadores João Leão, da Bahia, e Carlos Brandão, do Maranhão. Desde sua origem, a ideia dos governadores nordestinos foi a de se unirem em torno de um projeto comum e consolidar um novo polo de poder na esquerda. Nesse período, os mandatários, sete deles de partidos de esquerda, intensificaram agendas conjuntas, afinaram o discurso e tentam dar peso político à região onde vivem 55 milhões de brasileiros. No final de março, governadores das regiões Sul e Sudeste também anunciaram a criação do Consud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) com o objetivo de discutir pautas conjuntas entre as unidades da federação com o maior Produto Interno Bruto. O Consud integra sete Estados, que representam 70% da economia do país.