Os onze vereadores e o contador da Câmara Municipal de Santa Rita, presos em flagrante na madrugada da última terça-feira na “Operação Natal Luz”, foram postos em liberdade após audiências de custódia conduzidas pela juíza Maria dos Remédios Pordeus Pedrosa, no Fórum criminal da cidade. Os salários dos vereadores também foram suspensos e houve busca e apreensão de todos os computadores do legislativo santarritense. Os vereadores são acusados de peculato (desvio de dinheiro para benefício próprio) e foram presos no bojo de uma operação conjunta quando desembarcavam de um ônibus depois de alguns dias em Gramado (Rio Grande do Sul), onde teriam ido participar de um seminário de aperfeiçoamento. Polícia e Justiça comprovaram que a alegação era falsa e que na verdade os vereadores, acompanhados de familiares, cumpriram temporada de lazer, gastando diárias pagas pela Câmara de Santa Rita.
Além do presidente Anésio Alves d Miranda Filho, foram incriminados os vereadores Brunno Inocêncio da Nóbrega Silva, Carlos Antonio da Silva, Francisco de Medeiros Silva, Diocélio Ribeiro de Sousa, Francisco Morais de Queiroga, João Evangelista da Silva, Ivonete Virgínio de Barros, Marcos Farias de França, Sérgio Roberto do Nascimento, Roseli Diniz da Silva e o contador Fábio Cosme. As audiências tiveram mais de sete horas de duração. A promotora de Justiça Ana Maria França pediu a manutenção das prisões dos envolvidos, com a conversão de prisão domiciliar para as duas vereadoras envolvidas, mas a juíza alegou que não tomava decisão com base em clamor público, mas, sim, nos autos do processo.
De acordo com o delegado Allan Murilo Terruel, a estimativa é de que o prejuízo causado aos cofres públicos seja em torno de R$ 1,5 milhão. Somente nesse último passeio os gastos foram de R$ 71 mil, mas houve outras excursões, como vinha sendo acompanhado pelo Gaeco em articulação com o Ministério Público da Paraíba. A Polícia Civil de Sergipe ouviu, ontem à tarde, em Aracaju, o depoimento dos proprietários do Icap, responsável pela realização dos “eventos”. Além disso, a autoridade recebeu uma ocorrência do advogado, João Alves, que estaria sendo ameaçado por pessoas ligadas aos presos. O advogado confirmou ao “Correio da Paraíba” as ameaças por ter formalizado denúncia junto ao Tribunal de Contas do Estado e confessou que estava temeroso. “Essa minha denúncia nem saiu do lugar e essa operação não tem nada a ver com ela”, explicou.