Sob protestos do advogado de defesa Inácio Queiroz, a Câmara Municipal de Bayeux decidiu acolher, ontem, mais um pedido de cassação contra o prefeito Berg Lima (Podemos) para apurar suposta denúncia de irregularidade no contrato para a coleta de lixo no município, formulada pelo líder comunitário Astero Santos. Desta vez, dez vereadores votaram pelo recebimento da acusação, enquanto sete se abstiveram. Votaram pela instalação da comissão processante o presidente da Câmara, Jefferson Kita, Noquinha (PSB), Luciene de Fofinho (PSB), Josauro Pereira (PDT), Inaldo Andrade (PL), Netinho (PSD), Zé Baixinho (PMN), Lico (PSB), Roni Alencar (PMN) e Betinho (Podemos).
Abstiveram-se de votar os vereadores Adriano do Táxi (PSL), Adriano Martins (MDB), Guedes da Informática (Podemos), Cabo Rubens (PSB), Uedson Orelha (PSL, França, do PMN e Dedeta, do PSD. O pedido é baseado em supostas denúncias de irregularidades no pagamento da empresa que faz o recolhimento do lixo na cidade. Berg Lima chegou a passar uma temporada preso, sob acusação de extorquir um comerciante da cidade para o pagamento de propina em seu benefício. O advogado de defesa salientou que resta comprovado que alguns vereadores não exercem, de fato, a função legislativa que lhes é inerente.
– A atuação é unicamente voltada para tentar cassar o prefeito, com denúncias pífias e infundadas – opinou o advogado Inácio Queiroz, explicando que, no caso presente, a denúncia se baseia no ato de a empresa de lixo não ter pago aos seus funcionários, mesmo tendo a prefeitura de Bayeux efetuado rigorosamente em dia o pagamento do contrato firmado, não lhe cabendo, portanto, responsabilidade pela omissão de terceiros. Queiroz advertiu que a população de Bayeux “já não suporta essa perseguição” e lembra que o alcaide vem transformando a cidade num canteiro de obras, com ruas calçadas, hospitais em pleno funcionamento, salários em dia. “Bayeux tornou-se a sexta cidade mais transparente do Estado, com licitações transmitidas ao vivo, para pleno conhecimento da população. Temos a íntima convicção da absolvição do prefeito Berg Lima”, adiantou.
Com o recebimento da denúncia, foi instituída uma comissão processante a ser presidida pelo vereador Roni, tendo como relator o cabo Rubem e membro o vereador Guedes da Informática. Eles terão prazo de cinco dias para notificar o prefeito Berg Lima sobre o novo processo. Este é o segundo pedido de cassação de Berg em menos de um mês. O outro pedido diz respeito a adicional noturno pago aos guardas municipais, supostamente de forma irregular. O presidente da Comissão Processante, Adriano Martins, assegura que apresentará o parecer final no próximo mês, já que o prefeito deverá apresentar sua defesa até amanhã. O prazo para a comissão apresentar o parecer final é de 45 a 90 dias.