Nonato Guedes
A deputada estadual Pollyanna Dutra, ainda filiada ao PSB, admitiu, hoje, que não há mais ambiente de convivência, dentro do partido, com o grupo do ex-governador Ricardo Coutinho, que comanda a comissão provisória estadual da legenda e frisou que a sua tendência é a de acompanhar o governador João Azevêdo numa nova agremiação a que se filie, desde que seja de esquerda, comprometida com ideais de promoção do bem-estar do povo. Ex-prefeita de Pombal e deputada de primeiro mandato, Pollyanna Dutra revelou, em entrevista ao programa “Correio Debate”, na rádio 98 FM, que está esperando uma definição do governador com o seu retorno, no final de semana, da viagem empreende com outros governadores do Nordeste a países da Europa a fim de atrair investimentos para a região.
Pollyanna salientou que respeita a liderança política do ex-governador Ricardo Coutinho, mas queixou-se de insegurança até jurídica para filiados do PSB que adotam postura independente em relação ao comando de Ricardo, depois da destituição do diretório regional que era presidido por Edivaldo Rosas, atual secretário de Governo de João Azevêdo. Referiu-se a mudanças que têm ocorrido em âmbito municipal e comparou que, no plano estadual, o processo alcança uma dimensão maior ainda, afetando o posicionamento e a sobrevivência, em termos de ocupação de espaços, por parte dos que não são denominados de “ricardistas”. A deputada lamentou a eclosão de problemas internos no PSB depois do empenho conjunto para a vitória do governador João Azevêdo, mas deixou claro que cabe a Ricardo e a João se entenderem, ou não, a respeito da permanência na mesma agremiação.
Ela não quis comentar a oferta de ingresso no PDT feita ao governador João Azevêdo pelo ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, durante uma entrevista concedida à imprensa na cidade de Cajazeiras, no Sertão paraibano. Acredita que Azevêdo tem todo o direito de buscar opções mais confiáveis e confortáveis, diante do confronto que se estabeleceu dentro das fileiras do Partido Socialista Brasileiro na Paraíba. De sua parte, assegurou que, abstraindo a questão de nomes, guarda fidelidade ao “projeto de governo” que foi defendido na praça pública, aludindo aos compromissos assumidos por João Azevêdo e pela vice-governadora Lígia Feliciano com as demandas prementes da população paraibana, sobretudo das parcelas mais carentes. A deputada aproveitou para fazer um balanço positivo da atuação da atual legislatura estadual, observando que houve um empenho e uma preocupação da maioria dos deputados em corresponder às expectativas populares.
No seu caso específico, apontou como uma grande conquista do seu mandato a aprovação do projeto de sua iniciativa regulamentando o funcionamento dos transportes alternativos em municípios do interior paraibano. Segundo Pollyanna, a questão vinha se tornando crucial para a sobrevivência dos condutores de veículos alternativos e, também, para as necessidades de deslocamento de pessoas de cidades longínquas do interior paraibano. A deputada destacou a receptividade que encontrou, no plenário da Assembleia Legislativa, à questão da regulamentação por ela levantada, elogiou o comportamento do presidente do Poder, deputado Adriano Galdino e também o aceno do governador João Azevêdo para sancionar a Lei de regulamentação. Ela falou, ainda, sobre a sua proposta de tornar o ano de 2020 como o Ano Celso Furtado, em comemoração ao centenário de nascimento do economista de Pombal que se projetou nacionalmente como fundador da Sudene e ministro do Planejamento e, no aspecto internacional, como professor da Universidade de Sorbonne, na França. De acordo com Pollyanna, a programação de eventos sobre a obra e as ideias de Celso Furtado servirá para mostrar que continuam atuais os diagnósticos que ele formulou a respeito da problemática do semiárido nordestino.