Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (PSB), que está de volta à Paraíba após uma semana de viagem pelo exterior, juntamente com outros governadores integrantes do “Consórcio Nordeste”, deverá acelerar uma definição sobre seu futuro partidário, já que a permanência no PSB é cada vez mais remota depois que o ex-governador Ricardo Coutinho assumiu plenamente o comando da agremiação no Estado. O atual gestor continua recebendo ofertas e propostas de filiação de diferentes partidos. O último a abrir as portas foi o Democratas, através do deputado federal Efraim Filho, que apontou mérito em Azevêdo como um quadro político importante.
O secretário de Governo, Edvaldo Rosas, tido como pivôt das divergências entre Azevêdo e Ricardo, ao ser destituído da presidência do diretório regional do PSB, confirmou nas últimas horas que tanto ele quanto outros integrantes da administração estadual estão se preparando para desfiliar-se do PSB e partir para ingressar em um novo projeto político, ainda não especificado. Além do Democratas, partidos como o PDT da vice-governadora Lígia Feliciano, o Cidadania e Avante formularam propostas para ingresso de Azevêdo nas suas fileiras. Nos bastidores, entre aliados do governador, há divergências sobre o perfil do partido em que ele deve se enquadrar, com um grupo influente pressionando para que ele se mantenha no bloco de centro-esquerda e na oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Da Europa, o chefe do Executivo repassou a informação de que até o final do ano deverá ter uma definição concreta, como desdobramento dos contatos políticos que pretende intensificar no seu retorno da viagem, que se destinou a atrair investimentos para os Estados nordestinos, tendo despertado interesse na França, Itália e Alemanha, com possibilidades de parcerias rentáveis a curto prazo. Antes mesmo da viagem ao exterior, Azevêdo sentiu na pele a pressão de aliados políticos para agilizar uma definição, tendo em vista a necessidade de montagem de estratégias para a disputa das eleições municipais no próximo ano. A definição é considerada essencial, também, para balizar as possíveis alianças que o esquema liderado pelo chefe do Executivo venha a consolidar para disputar as eleições.
No que diz respeito ao Democratas, o deputado federal Efraim Filho ressaltou que, independente da filiação ou não do governador João Azevêdo, a legenda está obstinada em lançar candidato próprio à prefeitura de João Pessoa no próximo ano. Salientou, de forma taxativa: “Estamos cansados de ser coadjuvantes no processo político e precisamos retomar o protagonismo, que será proporcional ao projeto de expansão da legenda no cenário paraibano”. O próprio Efraim Filho é cotado como opção para disputar a prefeitura de João Pessoa, mas ele garante que o partido examina outras alternativas para o confronto nas urnas.