O novo partido que o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados tentam criar, a Aliança pelo Brasil, contém no seu manifesto, documento preliminar sobre os princípios gerais que a nova agremiação defenderá, citações de defesa da vida, da propriedade e da livre iniciativa – bastante similares à plataforma de campanha que o levou à presidência da República em 2018 concorrendo pelo PSL e derrotando nas urnas Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores. Os bolsonaristas estão empenhados na coleta de assinaturas de cidadãos de todo o país que concordam com a criação da APB.
De acordo com a lei da reforma eleitoral, para surgir uma nova legenda é preciso comprovar em dois anos um apoiamento mínimo de eleitores não-filiados a um partido político. Os signatários devem corresponder a pelo menos 0,5% dos votos válidos registrados na última eleição para a Câmara dos Deputados e distribuídos por pelo menos um terço dos Estados, representando, no mínimo, 0,15% do eleitorado que votou em cada um desses Estados. Na prática, serão cerca de 500 mil assinaturas, segundo cálculos do TSE.
Numa consulta ao TSE datada de 2018, o deputado ruralista Jerônimo Goergen (PP-RS), aliado do presidente Jair Bolsonaro, perguntou se é válida a verificação das assinaturas por meio da certificação digital. Esse assunto deverá ser apreciado no plenário do TSE na sessão de amanhã. Caso o tribunal responda que sim, o procedimento será inédito no país e pode contribuir para que o novo partido seja criado mais rapidamente. A Executiva Nacional do APB conta com o filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, como primeiro vice, o suplente de senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o advogado milionário Luis Felipe Belmonte (DF) como segundo vice,o advogado Admar Gonzaga, que ajudou a escrever o estatuto, como secretário-geral, e a advogada Karina Kufa na tesouraria. O quarto filho do presidente, Jair Renan, de 21 anos, também foi escolhido para um cargo na Executiva Nacional e será o Vogal. A priori, contam aliados, ele será candidato a vereador no Rio de Janeiro, não havendo confirmação se Carlos Bolsonaro vai disputar a reeleição.