Os meios artísticos e culturais paraibanos amanheceram de luto com a notícia da morte, nesta terça-feira, aos 88 anos, do bailarino e professor José Enoch Ramos, tido como um dos mais expressivos nomes paraibanos da dança, com repercussão internacional. Natural de Rio Tinto, Paraíba, filho de um militar, faleceu após travar uma batalha contra o câncer. Estava internado no hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, e por muitas décadas foi a maior referência de escola de ballet na Paraíba. Teve formação no Balé Classic, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e American Ballet Graham, Estados Unidos.
O jornalista Jãmarri Nogueira, ao comentar o perfil de José Enoch, disse que ele “bailou em diversas partes do mundo até que voltou ao seu Estado e construiu uma sólida história como professor de dança, formando gerações de bailarinos e bailarinas”. Segundo Jãmarri, Enoch orgulhava-se em contar que foi o primeiro bailarino brasileiro a se apresentar no Teatro Royal, em Nova Iorque, e na rádio City Music Hall. Enoch integrou o quadro da companhia brasiliana – ballet hispano-brasileiro, no Rio de Janeiro, e participou do corpo de ballet da TV Globo durante cerca de quatro anos. O sonho de dançar surgiu quando ainda era criança, na década de 1930, e foi sendo maturado até concretizar-se. Enfrentou resistência a partir de sua própria casa, mas jamais desistiu. Os amigos dizem que ele era predestinado a brilhar nos palcos.
Carolina Stabili, num depoimento sobre José Enoch, a propósito de uma filha sua estar dançando no ballet de José Enoch, qualificou-o como “incrível”. E acrescentou: “Esse homem é um ícone da dança aqui no Estado, com uma vida inteira dedicada a essa arte”. Era versado em diferentes modalidades e tinha talento reconhecido por grandes nomes do ballet no Brasil e no exterior.