Nonato Guedes
Pela primeira vez, de forma categórica, o governador João Azevêdo admitiu, ontem, desconforto dentro do PSB, que é comandado no Estado pelo antecessor Ricardo Coutinho e prognosticou que até o final do ano deverá revelar sua nova opção partidária. Em tom de desabafo, ao ser abordado por jornalistas, o chefe do Executivo insinuou: “Parece que o PSB não tem muito interesse na minha permanência”. Frisou que vai procurar um partido que tenha uma linha não só programática, mas sobretudo conceitual, daquilo que ele acredita ser a melhor política, a política da justiça, da inclusão social. O gestor salientou que tem recebido convites de várias legendas desde que houve a destituição da Executiva estadual do PSB, que era presidida por Edvaldo Rosas, atual secretário de Governo no seu mandato.
Embora “honrado” com os convites que lhe foram formulados, o governador preveniu que seu foco, de imediato, é a dinâmica administrativa, que ele diz procurar impulsionar, citando como exemplo a semana de contatos, no exterior, juntamente com outros governadores do Nordeste, com empresários dispostos a investir na região. Azevêdo descartou as insinuações de que esteja promovendo uma caça às bruxas, referindo-se a exonerações de auxiliares remanescentes da administração passada ou ligados politicamente ao ex-governador Ricardo Coutinho. “As mudanças podem ter conotação política mas, na verdade, revestem-se de filosofia administrativa, pela qual um auxiliar pode deixar de permanecer no governo se o foco for o de não produzir aquilo para o qual ele foi designado”, acrescentou, durante entrevista após participar do sorteio de unidades habitacionais do residencial Alvorada Sul, em Gramame.
Para ele, por mais que as mudanças feitas na equipe ultimamente sejam encaradas exclusivamente pelo viés político, há um componente técnico muito forte, “pela necessidade de contarmos com figuras experientes em parcerias públicas privadas e também com domínio nas mudanças que terão que ser feitas, por exemplo, na área previdenciária do Estado”. Já a mudança na secretaria do Planejamento tem conexão com a articulação voltada para parcerias públicas privadas, que serão intensificadas na sua administração. “Eu preciso de mais presença dentro do próprio governo e também com relação à PBPrev porque estamos vivendo um momento de transição na legislação previdenciária, em que os Estados são obrigados a encaminhar às Assembleias propostas de mudanças do sistema próprio da previdência estadual”. No arremate, enfatizou: “Quem é secretário só está no governo por dois motivos: por vontade e pela minha avaliação”. (Com informações do “Correio da Paraíba”).