O jornalista Heraldo Nóbrega, um dos mais antigos profissionais de imprensa da Paraíba, faleceu na madrugada de hoje, enlutando, mais uma vez, a Comunicação, que há poucos dias perdeu a jornalista Lena Guimarães, do “Correio da Paraíba”. De acordo com as primeiras informações chegadas, Heraldo Nóbrega caiu do décimo sexto andar de um prédio em Tambauzinho, João Pessoa, onde residia com uma irmã. Heraldo atuava na TV Master com um programa de entrevistas, residia no edifício Spaziodi Napoli e lutava contra a depressão.
Profissional versátil, com trânsito nas mais diversas esferas da sociedade paraibana e nacional, Heraldo descende de uma família tradicional com ramificações a partir do Vale dos Espinharas, em Patos, estendendo-se pela Paraíba. Um dos seus irmãos é o jornalista e escritor Evandro da Nóbrega, que foi editor do jornal “O Norte” e de outras publicações, além de ser co-autor de outros livros, como “O Jogo da Verdade” e de um mini-dicionário de português para chineses. Por sua vez, Heraldo Nóbrega atuou como editor-chefe do jornal “O Norte”, já extinto, e do “Correio da Paraíba”, tendo sido superintendente do jornal oficial “A União”.
A notícia da morte de Heraldo Nóbrega foi divulgada em rede social pelo jornalista e escritor Abelardo Jurema, do “Correio da Paraíba”, que destacou as qualidades profissionais do jornalista e a sua contribuição a fases distintas da imprensa. As versões dão conta de que agentes de perícia já estão no local onde se verificou a tragédia, procedendo a um minucioso levantamento de informações sobre as circunstâncias do óbito do jornalista Heraldo Nóbrega. A notícia da sua morte repercute em sites e portais noticiosos de toda a Paraíba e causou comoção nos ambientes jornalísticos, políticos, culturais e sociais em que ele se destacou.
Em depoimento inserido no livro “A UNIÃO – Escola de Jornalismo”, organizado por Josélio Carneiro, Heraldo Nóbrega assim comentou a sua passagem por aquele órgão: “Exerci o honroso cargo de Superintendente de A UNIÃO do finalzinho de 1995 até meados de 1997, portanto, durante um ano e meio. Destaco, sem falsa modéstia, o relacionamento democrático com os funcionários, o zelo com a saúde financeira da empresa e a aprovação do Plano de Salários, apresentado pelos servidores. Antes de presidir A UNIÃO, exerci as funções de editor-geral do jornal associado “O Norte”, à época líder em circulação, editorialista do “Correio da Paraíba”, quando este matutino já liderava a venda de exemplares e assessor de imprensa do Ministério Público da Paraíba. Após minha saída de “A União” retornei ao Ministério Público, assessorei o senador Ney Suassuna, lancei a primeira coluna eletrônica da Paraíba (www.heraldtribuna.com.br) e iniciei carreira televisiva: apresento e participo de programas da TV Master há nove anos. Apenas dois dos muitos episódios ocorridos na minha administração: “A União” divulgou pela primeira vez o resultado do vestibular da UFPB antes de “O Norte” e do “Correio da Paraíba” e lançou o livro “A História dos judeus na Paraíba”. Não cito nomes de pessoas de expressão da minha época no órgão de comunicação oficial para não cometer a deselegância de olvidar algumas. “A União” não pode ser privatizada nem extinta porque é um patrimônio cívico e cultural do Estado. E essa coletânea do colega e amigo Josélio Carneiro é um contributo superlativo para mantê-la viva e pujante”.