O jornal “O Estado de São Paulo” divulgou matéria na edição deste domingo em que menciona o radialista Nilvan Ferreira, apresentador do programa “Correio Debate”, na rádio 98 FM, como pré-candidato a prefeito de João Pessoa nas eleições do próximo ano. A reportagem mostra que o PSL, partido do qual o presidente Jair Bolsonaro saiu, já que pretende criar uma nova legenda – Aliança do Povo Brasileiro, está buscando se “reinventar”, reestruturando e fortalecendo quadros em todo o país a fim de se tornar competitivo na disputa prevista no calendário eleitoral.
Natural de Cajazeiras, no Alto Sertão Paraibano, Nilvan Ferreira é citado juntamente com a deputada federal Joice Hasselmann, pré-candidata a prefeita de São Paulo, e de Fernando Francischini, pré-candidato a prefeito de Curitiba. Joice era líder do governo do presidente Bolsonaro na Câmara mas entrou em choque com filhos do presidente da República, a quem criticou, e com outros aliados do capitão reformado. A matéria do “Estadão” dá conta de que o PSL dispõe de R$ 358 milhões do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. O partido é presidido pelo deputado federal Luciano Bivar, de Pernambuco, de quem Bolsonaro disse estar “queimado” com ele. A reportagem revela, ainda, que há insatisfeitos no PSL que deverão acompanhar Bolsonaro em seu novo partido.
De acordo com o “Estadão”, o PSL estaria se aproximando do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e buscará alianças com outras legendas e gestores, de olho já nas eleições municipais do próximo ano. O partido estaria preparando um reposicionamento político e estratégico após a anunciada saída do presidente Bolsonaro e, para ampliar sua base, fala, agora, em se aproximar de governadores e formar alianças que antes esbarravam na resistência dos bolsonaristas. A expectativa entre os aliados do deputado Luciano Bivar, fundador e dirigente do partido, é que a dissidência deve reduzir a bancada de 53 deputados para um número entre 27 e 30 parlamentares. Isso não afetaria, porém, o tempo de TV no horário eleitoral nem os R$ 358 milhões que o PSL terá para gastar no pleito de 2020 – R$ 245 milhões do Fundo Eleitoral e R$ 113 milhões do Fundo Partidário. O cálculo é feito com base na bancada eleita em 2018. Com esse ativo o partido se tornou um aliado cobiçado.
O comunicador Nilvan Ferreira garante dispor de pesquisas de institutos especializados que comprovam que seu programa “Correio Debate”, levado ao ar ao meio dia, é líder de audiência no contexto das emissoras de rádio de João Pessoa, com repercussão em diferentes regiões da Paraíba. O programa aborda temas polêmicos e o apresentador faz críticas constantes ao ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que é tido como provável alternativa do partido à prefeitura da Capital, embora o presidente nacional Carlos Siqueira, durante o congresso sobre a autorreforma do PSB nos últimos dias no Rio de Janeiro tenha se referido ao nome do deputado federal Gervásio Maia como opção nas futuras eleições. Além de adotar uma linha mais pragmática, o “novo” PSL planeja repaginar o discurso para atrair o eleitor de direita que rejeita o estilo beligerante e a agenda militarista de Bolsonaro. O partido deve manter o mote conservador nos costumes e liberal na economia, mas vai abandonar a agenda ideológica representada pelo escritor Olavo de Carvalho.