O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino (PSB), ao comentar a formalização do rompimento entre o governador João Azevêdo e o ex-governador Ricardo Coutinho, sugeriu que esta é a oportunidade para a deflagração de uma reforma ampla na administração estadual, afastando quem não for “100% João”. Salientou que, pessoalmente, entende que o governador tem que formar uma equipe com a participação de pessoas que queiram engajar-se ao seu projeto e assimilar a sua visão administrativa.
– Não tem sentido – pontuou Galdino – manter no governo alguém ligado a um partido e pensando de forma partidária. “Insisto em que a atitude correta é o aproveitamento de pessoas que comunguem com as ideias de gestão do governador João Azevêdo”. Em diversas ocasiões, Adriano Galdino manifestou o desejo de trocar de legenda, argumentando que o ambiente dentro das hostes do PSB havia se tornado “irrespirável”, adiando, porém, essa atitude, diante dos rigores da lei da fidelidade partidária. Nos meios políticos, nas últimas horas, ganhou força a especulação de que o atual governador está próximo de ingressar no “Podemos”.
As direções do “Podemos” e do PTB já haviam convocado uma entrevista coletiva para depois de amanhã a fim de anunciar as alianças para 2020 entre os dois partidos. Tanto um como outro estão interessados em atrair o governador João Azevêdo para suas fileiras. “Sem dúvida, é uma filiação de peso, e a única briga que o Podemos e nós, do PTB, devemos ter, é sobre qual dos dois filiará o governador e integrantes de sua base”, salientou o deputado estadual Wilson Filho, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro. A ideia de entendimento entre “Podemos” e PTB foi acelerada após resolução do Tribunal Superior Eleitoral mudando as regras para as eleições proporcionais de 2020. Wilson Filho identifica quadros representativos tanto na legenda a que é filiado como no “Podemos” e acredita que haverá facilidade para uma composição.
PT faz convocação – A Executiva municipal do Partido dos Trabalhadores em João Pessoa, presidida pela engenheira Giucélia Figueiredo, expediu resolução política nas últimas horas em que convida partidos de esquerda (PSB, PCdoB, PDT, Rede, PMN e PSOL) a construírem uma Frente com vistas às eleições do ano que vem. O partido critica os atos do governo de Jair Bolsonaro e também a gestão do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PV, apontada como “uma gestão que paralisa a cidade”. Salienta, também, que a gestão de Cartaxo igualmente não propõe mudança significativa para o processo de desenvolvimento de João Pessoa e não responde às necessidades básicas da classe trabalhadora. O PT participa da administração de João Azevêdo – que rompeu com Ricardo Coutinho – mediante a presença do ex-deputado federal Luiz Couto numa secretaria estratégica vinculada ao desenvolvimento agrícola do Estado.