Nonato Guedes
O deputado Ricardo Barbosa, líder do governo na Assembleia Legislativa, avaliou, ontem, que o “racha” verificado no PSB paraibano que ocasionou a desfiliação do governador João Azevêdo resultou do fato de que o atual gestor não aceitou ser “capacho” do antecessor, Ricardo Coutinho, que preside a comissão estadual provisória socialista. Barbosa reafirmou fidelidade a Azevêdo e disposição para segui-lo politicamente, apesar de estar impedido de deixar os quadros socialistas neste instante, porque correria o risco de perder o mandato por infidelidade partidária, tanto ele quanto os demais deputados.
Numa entrevista ao programa “Correio Debate”, da rádio 98 FM, do Sistema Correio de Comunicação, Barbosa ressaltou que João Azevêdo é muito melhor do que Ricardo Coutinho em termos de convivência. “João é humilde, sereno, honrado, educado, honesto, tem todos os predicativos de um homem público que vai fazer a Paraíba esquecer Ricardo Coutinho em pouco tempo. Eu tenho certeza, convicção e confiança de que João está fazendo um excelente governo e fará a melhor administração de todos os tempos na história da Paraíba”. De acordo com Ricardo Barbosa, o trabalho de Azevêdo, na Infraestrutura e no comando de outras pastas, foi fundamental para o êxito da gestão de Ricardo Coutinho.
– Dois atores foram simbólicos para a materialidade de tantas obras no então governo: João Azevêdo e Ricardo Coutinho – pontuou Ricardo Barbosa. No papel de líder governista na Casa de Epitácio Pessoa, Barbosa informou que ainda não sabe se haverá baixas na bancada de sustentação do governador com a saída dele dos quadros do PSB. Já o deputado licenciado João Gonçalves, do Podemos, que está ocupando a Secretaria de Articulação Política do Estado, lamentou o rompimento oficial entre o governador e o ex-governador. Na sua opinião, a expectativa era que os dois continuassem tendo a correlação como parceiros. Ao aludir à exoneração de aliados do ex-governador Ricardo Coutinho, João Gonçalves destacou tratar-se de prerrogativa exclusiva do governador.
Advertiu Gonçalves que “não adianta nenhum deputado, nenhum agente político, pressionar para tirar quem quer que seja, porque todos estiveram juntos na mesma campanha. Agora, na hora em que o governador do Estado passa a sofrer oposição dentro de casa, ele deverá verificar quem quer continuar no governo e quem não quer ou não se adequa ao seu projeto”. O deputado Tião Gomes, integrante do G11, não enxergou novidade alguma no rompimento político entre Azevêdo e Coutinho. “Há mais de onze meses vinha sendo apresentado ao público um quadro de distanciamento, que caberia aos dois resolver. Eu sou do Avante e nós somos governo. Não é questão de oportunismo; é que nós votamos no governo João Azevêdo e vamos continuar apoiando sua gestão”, frisou.