Nonato Guedes
O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, não esconde seu desconforto em continuar filiado ao PSB sob o comando do ex-governador Ricardo Coutinho. Ele fez opção por acompanhar o governador João Azevêdo, que se desfiliou do PSB, em uma nova agremiação que ainda está sendo examinada. O problema é que a janela partidária, para deputado, somente estará aberta, por lei, em abril de 2022 e Galdino tem pressa em deixar para trás a sua história com o Partido Socialista. Ontem, foi enfático: “Se o PSB pudesse me fazer o favor de permitir a minha saída, me faria um favor enorme”.
A desfiliação de Adriano é a mais comentada nos meios políticos depois da desfiliação do governador João Azevêdo. O presidente da ALPB disse ainda que espera até mesmo pela expulsão dos quadros da legenda para que possa iniciar uma nova fase na sua trajetória. Deu a entender que acompanhará o governador João Azevêdo, não necessariamente numa mesma legenda. Já há algum tempo Galdino tem dito que só se filiará a um partido se for para assumir a sua direção estadual e que não abre nem mesmo para o governador. Ele ressaltou que está promovendo consultas junto aos seus aliados políticos para fixar o melhor posicionamento que lhe convém, diante da turbulenta conjuntura que se instalou no Estado, com troca de acusações entre Azevêdo e o antecessor.
Ao projetar as perspectivas da administração estadual com a desfiliação de Azevêdo, Adriano Galdino avaliou que na Assembleia Legislativa o governador não terá dificuldades para manter a governabilidade e viabilizar projetos de importância para a Paraíba. Acredita que a maioria da bancada continuará dando sustentação ao projeto político do atual chefe do Executivo. “Aqui manteremos a governabilidade. Vamos trabalhar assim como fizemos quando o governador era Ricardo Coutinho, garantindo que o Estado se mantenha no ritmo do desenvolvimento”. Opinou que Azevêdo teve um início de governo bem mais difícil do que o de Ricardo Coutinho em 2011.
– João chega ao governo e se depara com a Operação Calvário, que criou dificuldades para a administração. João encontrou o PSB dividido, um fogo amigo no governo e um presidente que um dia está normal e outro não. O governador ainda não conseguiu recursos novos e tudo está sendo bancado com recursos próprios – salientou o presidente da Assembleia Legislativa. Por outro lado, a respeito de um novo posicionamento na Assembleia Legislativa, a deputada Cida Ramos, do PSB, se ateve a dizer apenas: “Eu sou governo quando o governo estava cumprindo o projeto do qual foi eleito. Em ações favoráveis ao povo estarei ao lado de quem me elegeu”.