Da Redação, com “O Globo”
Pesquisa divulgada ontem, sábado, pelo Instituto Datafolha indica que 43% dos entrevistados nunca confiam em afirmações do presidente Jair Bolsonaro, enquanto 37% disseram confiar às vezes. Foram ouvidas 2.948 pessoas em 176 municípios de todas as regiões do país entre os dias 5 e 6 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. Perguntados sobre o comportamento de Bolsonaro em algumas ocasiões, levando-se em consideração o cargo de presidente da República, 28% afirmaram que ele não se comporta como tal em nenhuma situação, contra 32% que achavam o mesmo no levantamento anterior.
Também 28% disseram que, na maioria das vezes, o comportamento de Bolsonaro condiz com o cargo ocupado. O levantamento indica ainda que 25% dos entrevistados acham que o presidente se comporta adequadamente em algumas ocasiões, mas não na maioria. Outros 14% acham que Bolsonaro se comporta bem em todas as situações. De acordo com a pesquisa, o presidente é melhor avaliado entre o público acima de 60 anos e entre as pessoas entre cinco e dez salários mínimos. Por outro lado, Bolsonaro tem a pior avaliação entre os moradores do Nordeste.
Por outro lado, o governo do presidente Jair Bolsonaro prepara-se para enfrentar novas derrotas ainda neste final de ano no Congresso Nacional no que diz respeito a matérias encaminhadas pelo Executivo para apreciação, entre as quais a que trata de alterações na legislação de trânsito. O presidente está às voltas, ainda, com o desafio para a criação de um novo partido, o Aliança pelo Brasil, e tem sido pressionado a organizá-lo a tempo de participar das eleições municipais do próximo ano. Emissários e interlocutores do presidente da República operam junto ao Tribunal Superior Eleitoral para liberalizar regras de criação de novos partidos, a fim de que não haja maiores embaraços para a agremiação que o presidente planeja implementar.
O presidente Jair Bolsonaro criou um fato político de repercussão já nas proximidades do final do ano quando anunciou a sua desfiliação do PSL, partido pelo qual se elegeu presidente da República nas eleições de 2018 derrotando Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores. Bolsonaro saiu do PSL por divergências com o grupo do presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), e diante de denúncias sobre financiamento de candidaturas-laranjas dentro da agremiação para promover, artificialmente, o crescimento da legenda e permitir o acesso a recursos originários do Fundo Partidário. Bolsonaro espera contar com o reforço de parlamentares e de outras lideranças políticas no empenho para viabilizar o novo partido que quer ver implementado.