Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (sem partido) confirmou ter conversado no final de semana com o senador Veneziano Vital do Rêgo (ainda no PSB) sobre o futuro partidário do grupo que está no poder, em virtude do rompimento ocorrido entre o atual chefe do Executivo e o ex-governador Ricardo Coutinho, que preside a comissão provisória estadual do Partido Socialista Brasileiro. De acordo com Azevêdo, em declarações a jornalistas em João Pessoa, a conversa com Veneziano foi proveitosa para os rumos a serem tomados pelo esquema político oficial e deverá balizar os passos a serem seguidos de agora por diante na conjuntura paraibana.
Entretanto, o governador não desceu a detalhes do entendimento mantido com Veneziano, cuja mulher, Ana Cláudia, que é secretária da administração estadual, deverá ser candidata a prefeita de Campina Grande no próximo ano, no bojo de composição que já envolve partidos como o PTB e o Podemos. Na manhã de hoje, na Capital, o governante recepcionou os novos integrantes do curso de formação de soldados da Polícia Militar, em cerimônia concorrida que se verificou no Espaço Cultural José Lins do Rêgo. Na sequência, Azevêdo falou à imprensa sobre questões administrativas, sendo provocado a comentar aspectos da situação política.
A respeito de novas críticas que lhe foram feitas pelo ex-governador Ricardo Coutinho, João Azevêdo deixou claro que não pretende sustentar a polêmica nesse sentido, Disse que não tem tempo a perder e que tem, perante a população paraibana, a responsabilidade de administrar os desafios encontrados, oferecendo respostas com certa urgência para demandas que, na sua opinião, estão acumuladas. “Não posso perder tempo, o tempo todo, e ficar alimentando esse tipo de discussão, de picuinha politica, que não faz parte do meu perfil”, enfatizou João Azevêdo. Ele confirmou ter enviado à Assembleia Legislativa do Estado duas propostas de emenda à Constituição que modificam regras do regime próprio da Previdência do Estado da Paraíba.
As mudanças são obrigatórias para Estados, Distrito Federal e Municípios, depois da aprovação pelo Congresso Nacional da reforma da Previdência elaborada pela equipe técnica-econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro. A principal mudança e que ocasiona impacto direto nos contracheques dos servidores é que a estabelece que eles passarão a contribuir com uma alíquota maior para a Previdência estadual, passando o percentual de 11% par 15% em 2020. A outra novidade prevista nas PECs diz respeito ao fato de que a PBPrev somente passará a responder por aposentadorias e pensões. Os outros benefícios serão pagos com recursos dos órgãos onde os servidores estão lotados. O procurador-geral do Estado Fábio Andrade tranquilizou funcionários apreensivos, observando que eles não terão prejuízos com a mudança, que é consequência direta da reforma previdenciária.