Nonato Guedes, com agências
Lido pelo presidente nacional, Bruno Araújo (PE), o manifesto-síntese do congresso do PSDB realizado em Brasília nos últimos dias, intitulado “Acima de tudo, democracia”, tem repercutido nos meios políticos nacionais pelo compromisso enfático assumido com a “recuperação do País”. O documento também faz críticas. “Sempre que o governo, qualquer governo, investe contra as instituições, age com desrespeito e intolerância, ameaça a nossa democracia, as liberdades, adota iniciativas e atitudes autoritárias e anticivilizatórias, o PSDB esteve, está e estará do lado diametralmente oposto”.
O partido adverte, ainda, que não irá admitir qualquer tentativa de retorno aos “tempos sombrios do autoritarismo”. Nas semanas que antecederam o evento, o PSDB promoveu uma consulta prévia pela internet para ouvir a militância tucana a respeito de temas sobre os quais a sigla vai se posicionar oficialmente. A ideia era a de que o resultado da enquete servisse de base para a votação dos 700 delegados que se inscreveram no evento. O PSDB chegou a apresentar no congresso algumas das diretrizes do partido, resultado da referida enquete, como a manutenção do Bolsa Família, como política de Estado inscrita na Constituição, o apoio às privatizações e a adoção do voto distrital.
Houve críticas por parte do público presente. Um grupo reclamou da falta de posicionamento em relação às mulheres. O deputado Marcus Pestana, de Minas Gerais, ocupou o microfone para afirmar que o documento não podia ser considerado consolidado, estando sujeito à inclusão de novos pontos. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que passa por um tratamento de câncer, não pôde comparecer mas enviou um vídeo que foi exibido durante o evento. Ele falou sobre projetos econômicos da sua gestão e foi bastante aplaudido. Líderes como o governador de São Paulo, João Doria, defenderam abertamente uma ofensiva para atrair segmentos de direita que estariam desencantados com alguma das medidas do governo do presidente Jair Bolsonaro.