Nonato Guedes
Embora não tenha definido, ainda, o partido em que vai ingressar, depois da sua desfiliação do PSB no bojo de divergências com o ex-governador Ricardo Coutinho, o governador João Azevêdo, falando a jornalistas, hoje, declarou que está aberto a entendimento político com o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do Partido Verde, tendo como pano de fundo as eleições municipais do próximo ano em que estará em jogo a sucessão do atual alcaide, ora completando o segundo mandato consecutivo. “Estou pronto para conversar, sim, sobre possível composição. Se não for possível avançar no entendimento, cada um seguirá seu rumo nas eleições do próximo ano”, ressaltou o chefe do Executivo.
Azevêdo continua sem emitir qualquer pista ou sinalização acerca do partido político em que vai ingressar, possivelmente até o final deste ano, pelos seus prognósticos iniciais. Ele reafirma que se sente honrado e agradecido com os convites recebidos por líderes e dirigentes de mais de uma dezena de partidos para sua filiação, em alguns casos com a proposta de que ele comande o partido. Mas não há posição tomada nem preferência definida, tendo em vista que João Azevêdo tenciona esgotar as consultas já deflagradas junto ao seu círculo íntimo para decidir a melhor alternativa no contexto da nova conjuntura desenhada no Estado com o rompimento ocorrido entre o antecessor e ele.
Essas conversas já envolveram, por exemplo, no final de semana, o senador Veneziano Vital do Rêgo, ainda no PSB, que optou por caminhar ao lado de João Azevêdo por discordar da forma de condução do processo de intervenção da Executiva Nacional do PSB na Paraíba, com a destituição do diretório regional e o consequente afastamento de Edivaldo Rosas, atual secretário de Governo no Estado, da presidência da agremiação. Pelo relato feito pelo senador Veneziano Vital, foi bastante proveitosa a conversa com o governador João Azevêdo, do ponto de vista da troca de informações envolvendo a conjuntura política e o quadro partidário que está prestes a se redesenhar na Paraíba. Fora daí, não há informações quanto a aspectos concretos discutidos e sobre alternativas projetadas para o futuro. A reportagem apurou que o governador João Azevêdo está disposto a levar em consideração a sugestão para criar um Conselho Político informal, congregando representantes de partidos da base aliada, para um monitoramento do quadro de disputas às eleições municipais no próximo ano em diferentes colégios eleitorais.
Em termos administrativos, o governador João Azevêdo deu ciência do seu propósito de criar uma Fundação a nível de governo do Estado que venha a substituir as organizações sociais na gestão pactuada da Saúde Pública. O modelo de contratação de OS, adotado originalmente no governo Ricardo Coutinho, revelou-se danoso ao Estado, conforme apuração do Ministério Público e do Gaecco no âmbito da Operação Calvário, com desvio de recursos e irregularidades na administração de hospitais terceirizados como o de Trauma e Emergência Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, que estava a critério da Cruz Vermelha. Nos próximos dias, através de pronunciamento por uma rede de emissoras de rádio, o governador João Azevêdo pretende fazer uma prestação de contas à população paraibana em torno das realizações empreendidas neste primeiro ano de gestão, bem como um relato das dificuldades que enfrentou. Dará conhecimento, também, das articulações com outros governadores em prol do Consórcio Nordeste para atrair investidores e empreendimentos para esta região.