O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, embora esteja sendo cogitado como alternativa do PT para disputar novamente a prefeitura da capital paulista no próximo ano, afirmou numa entrevista à rádio Guaíba, de Porto Alegre, que não cogita de modo algum entrar no páreo municipal no próximo ano. “Não pretendo concorrer e não se trata de cálculo eleitoral ou de me preservar para outras campanhas, até porque não acredito nisso. Mas não tenho essa pretensão de concorrer em 2020. Preciso realmente me reorganizar e de um fôlego para continuar colaborando, como eu venho colaborando com os partidos progressistas do Brasil”, enfatizou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores articulam uma chapa para disputar a prefeitura paulista liderada por Haddad tendo a ex-prefeita Marta Suplicy como vice. Sem partido desde que deixou o MDB em agosto do ano passado, Marta tem dito a interlocutores que o retorno dela ao PT está praticamente descartado devido às resistências de setores da sigla. O maior entrave para a concretização da chapa, no entanto, é a resistência de Haddad a disputar a prefeitura pela terceira vez. Para as eleições gerais de 2022, Haddad considera que poderá estar no páreo mas distante, no momento, do ex-ministro Ciro Gomes, do PDT. Segundo o petista, Ciro vem passando por “uma crise de identidade”.
– É ruim para a democracia. Ele (Ciro Gomes) foi candidato por três vezes. Acho que o discurso dele às vezes se perde. A gente não sabe onde ele está. Com quem ele está aliado. É uma crise de identidade permanente – acrescentou Fernando Haddad. O ex-candidato a presidente da República pelo PT nas eleições de 2018 ainda considerou que o julgamento “mais esperado” com relação a Lula está na esfera do Supremo Tribunal Federal e envolve a imparcialidade ou não do ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça, enquanto responsável pela Lava-Jato. “Só um julgamento importa. Acreditamos que Moro não foi imparcial, atuou como acusador. Ele tinha uma posição pessoal sobre o presidente Lula e uma motivação política por trás disso. Tanto que deixou de ser juiz e entrou na política”, argumentou Haddad.