O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, entra hoje em recesso de suas atividades, e seus integrantes fazem um balanço extremamente positivo das atividades realizadas este ano no combate à corrupção envolvendo agentes públicos e empresários e na defesa do erário. Foi feito um balanço da atuação do órgão, que cumpre mandados de busca, prisão e apreensão de documentos expedidos pela Justiça e a avaliação foi promissora. Ao todo, conforme dados repassados à imprensa, foram levadas a cabo 13 operações, com destaque para a “Calvário”, envolvendo ex-secretários do governo Ricardo Coutinho.
A ex-secretária de Administração, Livânia Farias, e o ex-secretário executivo de Turismo Ivan Burity foram presos no âmbito da Operação e fizeram “colaboração premiada”, fornecendo informações consideradas valiosas para o prosseguimento das atividades de investigação. A “Calvário” contabilizou cinco das seis fases desencadeadas neste ano. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços dos ex-secretários Waldson de Souza, do Planejamento, Gilberto Carneiro, da Procuradoria-Geral do Estado, tendo como pano de fundo denúncia de suposto recebimento de propinas por agentes públicos. O levantamento do Ministério Público revela que o Gaeco operou com oito colaborações neste ano. Não há especificações a respeito, mas nem todas estão associadas à Operação Calvário.
As estimativas apontam, também, a recuperação de cerca de R$ 46 milhões de recursos, bem como 24 medidas cautelares e quinze denúncias ajuizadas contra, pelo menos, sessenta e nove pessoas investigadas. Políticos de oposição na Paraíba comparam os efeitos da atuação do Gaeco aos resultados obtidos pelos agentes da Operação Lava-Jato que, em nível nacional, colocou na prisão figuras coroadas da política como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente em liberdade, executivos da Odebrecht, ex-ministros dos governos Lula e Dilma Rousseff e outras figuras de projeção. A prisão de Lula foi a mais polêmica e os seus advogados contestam a validade das provas arguidas contra ele no capítulo da corrupção passiva e da lavagem de dinheiro.